segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Ex-líder do PT responde sobre o risco de ser preso: “Ah, vai se f…!”











Paulo Rocha, ex-líder do PT na Câmara, é acusado de ter engolfado R$ 620 mil no mensalão. Está na fila da prancha, agora que o STF começa a julgar o núcleo político do maior esquema de corrupção do país. Na quinta (20), enquanto os primeiros beneficiários de valerianas eram empurrados para o patíbulo, Rocha circulava por um shopping brasiliense. Informa Josias de Souza:

[Paulo Rocha] foi avistado pela repórter Maria Lima. Provocado, disse meia dúzia de palavras sobre o julgamento. Em timbre aziago, criticou o relator Joaquim Barbosa –“Está movido pelo ego”—, queixou-se dos demais ministros –“Não foram colocados lá para apenar como estão apenando”— e destilou pessimismo –“Vai ser todo mundo condenado e preso.”
Indagado se está preparado para a prisão, o companheiro abespinhou-se: “Você nunca me ouviu sobre o processo e agora quer saber se estou preparado para ser preso? Ah! Vai se foder!” Logo, logo Rocha haverá de retirar da encrenca que o engolfa um ensinamento básico: quem tem calos não deve se meter em apertos.

Já dissemos aqui no Implicante que não gostamos de palavrão. Somos pessoas escorreitas, cordiais, finas e delicadas, estudamos francês por correspondência e tomamos água Perrier com gelo de iceberg em copo de cristal com um guardanapo embaixo sem encostar o cotovelo na mesa. Mas na hora de citar o PT, somos obrigados a isso. Não por nós —que preferimos sempre discorrer sobre a moralidade de Madame Bovary ou a decoração do Palais de l’Élysée— mas somos instados atavicamente por nossos incansáveis leitores, a busca da verdade e tão somente da verdade, que nos obrigam a exibi-la onde quer que apareça – se não por nós, que o façamos em nome da humanidade.
Mas afora o destempero do ex-líder do PT (por que sempre o líder do PT está envolvido com maracutaia, mas aquele líder não tem nada a ver com o pato, não importa quantas vezes troquem o líder do PT?), e fora o mesmo petista assumir contratos fraudulentos (“opinião pública não sabe de nada!”), não é surpreendente a passagem em que Paulo Rocha comenta que os ministros do STF “não foram colocados lá para apenar como estão apenando”? Quer dizer que foram colocados lá pelo PT por algum motivo que sirva ao PT – e o objetivo do PT não é julgar fatos e limpar suas hostes de malversadores do erário, e sim aparelhar a Suprema Corte para desbaratar julgamentos e deixar a roubalheira comer solta.
Aliás, tem até quem diga na cara dura, jogando as fauces do incréu leitor, que o STF não só pode, na surdina, como deve indicar ministros na base da ideologização e aparelhamento completo, para impedir que a verdade seja vista pelo populacho ignaro.
Mas quando os fatos falam mais alto e a população quer saber deles, e não de saber em nome de qual ideologia roubaram os fundos da Visanet, sempre teremos um Paulo Rocha da vida dizendo o que fazer com essa vontade de algo tão reacionário quanto a verdade.
Mais um concorrente pro Prêmio Maracugina do Mês, do PT e de sua base aliada?

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