sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O TEMPO

A farra na Petrobras continua
Por Vittorio Madioli, publicado em 17/12/2009

O governo, acionando seu rolo compressor, não deixou que se investigasse o "mensalão", aquele que revelou ao país a outra face vampiresca do poder. Para ocultar as responsabilidades que, inevitavelmente, levariam o próprio presidente Lula a trilhar os mesmos caminhos desbravados por Fernando Collor de Mello, acabou por se banalizar o "crime", vendendo-se versões desbaratadas de ética.

Não bastasse a omissão desavergonhada do Congresso, maior responsável pela operação de salvação dos náufragos do "mensalão", o presidente reforçou o clima de desmoralização institucional, acolhendo às sombras do Palácio do Planalto a escória política do país. Bem às claras, os envolvidos até o pescoço nas mazelas subiram a rampa e receberam afagos e palavras de solidariedade.


Apesar dos desvios, apropriações e bandalheiras mais exóticas que ocorreram com o "Valerioduto", o momento inspirou e apressou alianças com oligarcas, coronéis, figuras corroídas pelas lambanças de recursos públicos e tudo que representasse um voto a mais no Congresso.
O que se podia esperar? Um Estado incapaz de impor a moralidade, já que a sua tinha sido rifada para não afundar.


Pesou bastante a omissão dos pseudoéticos, que hoje desfilam e gritam à procura da cassação de José Roberto Arruda. Fundamentais na degola de Collor, já vacinados e emancipados, ficaram mudos quando era a vez de pedir justiça no escândalo do "mensalão" de Lula. Quem os analisa com um grão de cuidado os vê como farsantes, antes de cidadãos revoltados.


Bem por essas atitudes, que autorizam a bandidagem de uma cor e execram da outra, o Brasil tem muito a temer para o futuro. Tenta-se se livrar do adversário, não do mal mortífero da corrupção, da improbidade, da prevaricação. Parece que a virtude não está mais no respeito aos princípios morais, mas na capacidade de dissimular o pecado.


Carecem os bons exemplos e sobram os péssimos.

Exatamente nesse contexto, encerrou-se com um "nada consta" a CPI da Petrobras na terça-feira, verdadeira farsa que permitiu a continuação de tudo que tem de errado dentro dela. Nem desvios de centenas de milhões revelados pelo TCU nas obras em curso nem as provas exuberantes à disposição dos parlamentares fizeram que a investigação arranhasse a corrupção que há na estatal. Aliás, essa oportunidade deve até consolidar os esquemas existentes e dar-lhes mais força.

Fonte: Jornal O Tempo

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

SAIU NO CRÔNICA POLÍTICA
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Já comeu seu brioche de escargot hoje?
por Heitor Diniz
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Caro leitor, você já se deliciou com iguarias como queijo aperitivo brie com geleia de damasco? Ou, quem sabe, caranguejo em panela de fondue servido em tartaletes? Ou, talvez, pernil ao molho dourado acompanhado de pães finos à base de leite, centeio e beterraba...? E o tal brioche de escargot?

Não, o CRÔNICA POLÍTICA não ficou rico, nem passou a frequentar restaurantes finos. Isso aí (e muito mais) é pago com dinheiro público mesmo. Dinheiro de imposto. Sim, imposto. Aquilo que, segundo o impostômetro desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), bateu na última segunda-feira a marca de R$ 1 trilhão. Ou, se preferir, R$ 1.000.000.000.000,00. E subindo.

Sobre o cardápio no início do texto, ele consta do edital do pregão eletrônico 50/2009, realizado pelo Tribunal de Justiça do Ceará em agosto último, para a contratação de serviços de bufê em coqueteis, coffe-breaks, almoços casuais e almoços e jantares finos do próprio tribunal.

E veja só quais os valores máximos que o edital permite para cada refeição (ou seria banquete?): R$ 31,00 por pessoa em coqueteis, R$ 34,00 em lanches e coffe-breaks, R$ 56,00 em almoços casuais e R$ 67,00 em almoços e jantares finos. Reiterando: isso é POR PESSOA.

Ou você, pagador de imposto inveterado, não almoça casualmente com R$ 56,00?

Tão curioso quanto quase tudo neste universo das contas públicas é uma quase cínica citação no texto do edital: "Os recursos financeiros correrão por conta do Fundo Especial de Reaparelhamento e Modernização do Judiciário, tendo como Fonte os recursos próprios (...)".

Reaparalhamento? Modernização?? Recursos próprios???

As interrogações não terminam. A fome, neste caso, sim. E com muito requinte.

Quer ver o cardápio completo? Acesse:

http://www.tjce.jus.br/licitacoes/mostraAnexo.asp?sqa=1509

Fonte: Crônica Política

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

RODRIGO CONSTANTINO COMENTA
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A arrecadação imoral de R$ 1 trilhão de reais em impostos pelo governo
Registrada na data de ontem, 14 de dezembro no impostômetro.


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Fonte: Rodrigo Constantino

sábado, 5 de dezembro de 2009

O TEMPO
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O golpe das tarifas
A omissão dos governantes é imperdoável. Soa nitidamente como confissão de responsabilidade.
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Não foram R$ 7 bilhões, mas R$ 40 bilhões, segundo técnicos da CPI das Tarifas Elétricas, os excessos de cobranças sobre as contas dos usuários de 2002 a 2009. O valor estratosférico se apresenta assim como a maior apropriação indébita ocorrida no Brasil desde que Álvares Cabral pisou nas praias de Porto Seguro.
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Deveria, portanto, haver o máximo rigor na apuração. Até se justificaria uma busca preventiva imediata de documentos e de arquivos nas residências e escritórios dos envolvidos, como fizeram com Maluf e outros tantos. O relatório final da CPI, debaixo de uma casca sutil de indignação, retirou da lista dos suspeitos, por intervenção do governo, cerca de 20 dirigentes da Aneel e o próprio presidente da agência, Nelson Hubner.
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Dependendo do relatório da CPI, pouco vai acontecer e, se depender do chefe da nação, tão solícito nas críticas a qualquer mosquito que levante o voo, absolutamente nada acontecerá. O texto inicial do relatório até que previa o indiciamento daquela que poderia passar à história como a quadrilha mais bem organizada do país, mas nela se contam apenas felizardos muito bem apadrinhados; e, se mexer com eles, poderia explodir uma bomba tão potente a ponto de machucar muitas cabeças coroadas da República.
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Cargos em agências governamentais são disputados a tapa e foices no escuro. Passam pela aprovação do presidente e são, sem dúvida, as moedas mais valiosas no submundo da politicagem. Nascidas para atender a uma nobre finalidade, hoje servem para comprar apoios no Congresso Nacional ou para atender a fome dos companheiros.
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Os nomeados em agências deixaram de sê-lo pela capacidade técnica, pela especialização e pelo notório saber. O que conta é o "padrinho", e na Aneel tem que ser padrinho dos fortes.O "erro tarifário" da Aneel, que rendeu um butim de R$ 40 bilhões, mostra a importância dos cargos que oferece. Em sete anos, as concessionárias tiraram de seus usuários, apenas com uma "inocente" malandragem, valores que permitiriam construir quatro usinas de Itaipu e deixar o país ao reparo de apagões até 2050.
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Se nesse caso não for necessária uma investigação minuciosa da Polícia Federal, a mobilização do Congresso Nacional, do Judiciário e do TCU, não o será para mais nada. Collor, quando presidente, caiu por um carro Elba. Nesse caso, desapareceram 2 milhões de carros Elba.
A Presidência da República, guardiã do país, deveria se focar com toda a disposição nesse assunto, infinitamente mais importante do que um terrorista italiano ou um caudilho hondurenho com chapéu de cowboy. Trata-se ainda de devolver urgentemente ao povo seu suado dinheiro, que lhe foi surrupiado com aquiescência da Aneel.

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Os R$ 40 bilhões, por outro foco, representam três anos de benefícios do Bolsa Família. Tira-se assim de um lado com contas de luz, água, esgoto, transporte público, gás de cozinha, taxas de toda espécie e combustíveis para devolver-se do outro, provavelmente com saldo negativo. A omissão e o silêncio dos governantes, no caso Aneel, são inexplicáveis, imperdoáveis. Soam nitidamente como confissão de responsabilidade.
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É uma vergonha.
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Vittorio Medioli - vittorio.medioli@otempo.com.br
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fonte: Jornal O Tempo

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A ORAÇÃO DO MENSALÃO 2

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A saga dos ladrões continua!

Enquanto quem tem vergonha na cara, ora para corrupção acabar, alguns oram para agradecer a corrupção e a impunidade...