terça-feira, 2 de novembro de 2010

RODRIGO CONSTANTINO


Dia de Luto

Para O Globo

O dia 2 de novembro foi escolhido como data oficial para a homenagem aos mortos. Gostaria de prestar aqui minha homenagem ao mais recente defunto brasileiro: a Ética. Seu falecimento gerou profunda tristeza em milhões de brasileiros. Não foi morte acidental, mas homicídio. Cinqüenta e cinco milhões de brasileiros executaram a Ética à queima-roupa, no dia 31 de outubro. As armas usadas: as urnas.

Esta eleição foi caracterizada pelo total desprezo aos valores éticos. O presidente Lula foi o grande responsável por esta lamentável postura. Colocou na cabeça que a única meta importante era eleger sua candidata, e qualquer meio poderia ser usado para tanto. O presidente da República, representante de todo o povo brasileiro, tornou-se um empolgado cabo eleitoral, ignorando as funções de seu cargo, as leis e o respeito às regras de uma democracia limpa.

A máquina estatal ficou a serviço do partido. Aécio Neves resumiu bem: “Presidente Lula sai menor do que entrou nesta eleição”. Lula mostrou ser um populista que só pensa nas próximas eleições, ao contrário de um estadista, que foca nas próximas gerações. Fazendo analogia com o futebol, ao gosto de Lula, foi como vencer com um gol de mão, sem legitimidade.

Durante as eleições, vários escândalos vieram à tona, envolvendo gente muito próxima de Dilma, como Erenice Guerra, seu braço-direito. Acusada de “tráfico de influência” no comando da Casa Civil, Erenice foi ignorada por boa parte dos eleitores. A mensagem, que já havia sido dada nas eleições de 2006, no auge do escândalo do “mensalão”, foi reforçada: não tem problema usar o Estado como patrimônio particular, desde que a economia vá bem.

O voto com o bolso representa um enorme perigo para a democracia. Lênin dizia que iria comprar da burguesia a corda usada para enforcá-la. Para agravar a situação, a naturalidade com que vários petistas abraçam ditadores mundo afora demonstra seu verdadeiro “apreço” pelo regime democrático, exposto também nas constantes tentativas de censurar a imprensa.

No vale-tudo para se perpetuar no poder, o PT apelou para o terrorismo eleitoral. Sua campanha espalhava que Serra iria acabar com o programa Bolsa Família, que tem suas origens no governo FHC. Em 2000, ainda na oposição, Lula chegou a acusar a distribuição de cesta básica de “esmola” que fazia o pobre votar com o estômago. No poder, o PT mudou de idéia e ainda espalhou que os benefícios acabariam se Dilma fosse derrotada. Resultado: o Nordeste votou em peso na Dilma.

Quem saiu bastante ferido nas eleições foi o Bom Senso. O PT resgatou do fundo do pântano ideológico o tema das privatizações para “atacar” os tucanos. Quem poderia, em sã consciência, condenar as privatizações do setor de telecomunicações? Quem hoje ainda consegue criticar racionalmente as privatizações da CSN, Embraer ou Vale? Mesmo assim, o PT ainda explora este sentimento nacionalista retrógrado, que confunde propriedade estatal com interesse nacional.

A campanha de Dilma abusou da retórica nacionalista, alegando que a candidata salvaria o pré-sal dos interesses privatistas do PSDB. Os tucanos não colocaram em pauta a venda da Petrobras, mas o próprio PT vendeu concessões de exploração ao setor privado. Eike Batista é prova disso. Para o PT da oposição, isso seria “privatização”. Mas para vencer a guerra das eleições, a coerência e a honestidade são as primeiras baixas. Vale até usar a estatal como braço partidário na campanha. Isso sim é uma “privatização” abominável.

O debate regrediu algumas décadas por conta da estratégia do PT. A demagogia atingiu patamares espantosos. Nunca antes na história deste país se viu uma eleição de tão baixo nível. Programas de governo deram lugar aos ataques pessoais nos “debates”. As perguntas importantes ficaram sem respostas. A candidata Dilma não explicou nada sobre os escândalos de corrupção, repetindo apenas que tudo está sendo investigado. O PT está “investigando” até hoje José Dirceu.

Os eleitores, anestesiados pelo bom momento da economia, aceitaram sem maiores cobranças as “explicações”. Venceu Macunaíma, o herói sem caráter. Fica uma enorme “herança maldita” que poderá levar gerações para ser desfeita: a idéia de que a Ética não tem lugar na política. É dia de luto para os que ainda acreditam em certos valores, e que não estão dispostos a fechar os olhos para infindáveis escândalos em troca de migalhas. Não se constrói uma nação livre sem alguns princípios básicos. Foi uma vitória de Pirro, com sabor de derrota. Metade do povo está de luto pela Ética.
fonte: http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2010/11/dia-de-luto.html

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

RODRIGO CONSTANTINO

A oposição vive!

As pesquisas mostram que a aprovação ao governo Lula chega a quase 90%, e que somente 4% consideram seu governo ruim ou péssimo. Mas eu prefiro confiar nas urnas. O que se pode ver é que quase a metade dos eleitores não está com Lula! Afinal, foi o próprio presidente quem disse que Dilma era apenas um nome diferente para sua pessoa nas urnas. Pois bem, façamos as contas:

Dilma: 55,7 milhões de votos
Serra: 43,7 milhões de votos
Nulos: 4,7 milhões de votos
Brancos: 2,3 milhões de votos
Abstenção: 29,2 milhões de votos

Ou seja, 55,7 milhões estão com Dilma e Lula, 48,4 milhões estão contra Dilma e Lula, e 31,5 milhões são indiferentes a Dilma e Lula. Quase 50 milhões de brasileiros votaram na oposição ou anularam o voto, demonstrando claramente insatisfação com o governo Lula. Além disso, a oposição fez ainda 10 governos estaduais (Paraná, São Paulo, Minas, Goiás, Tocantins, Alagoas, Pará, Roraima, Santa Catarina e Rio Grande do Norte) . Governará mais da metade da população no nível estadual, e bem mais da metade do PIB.

A oposição não está morta! A despeito da repetição cansativa de que o presidente Lula desfruta de uma popularidade gigantesca, o que se pode tirar dos dados concretos das urnas é uma fotografia um tanto diferente, que mostra um país bastante dividido. Lula não é esta unanimidade que se vende por aí. A oposição vive! Viva a oposição!

fonte: http://www.rodrigoconstantino.blogspot.com/

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O mal a evitar

Editorial do Estadão - 25 de setembro de 2010

A acusação do presidente da República de que a Imprensa "se comporta como um partido político" é obviamente extensiva a este jornal. Lula, que tem o mau hábito de perder a compostura quando é contrariado, tem também todo o direito de não estar gostando da cobertura que o Estado, como quase todos os órgãos de imprensa, tem dado à escandalosa deterioração moral do governo que preside. E muito menos lhe serão agradáveis as opiniões sobre esse assunto diariamente manifestadas nesta página editorial. Mas ele está enganado. Há uma enorme diferença entre "se comportar como um partido político" e tomar partido numa disputa eleitoral em que estão em jogo valores essenciais ao aprimoramento se não à própria sobrevivência da democracia neste país.

Com todo o peso da responsabilidade à qual nunca se subtraiu em 135 anos de lutas, o Estado apoia a candidatura de José Serra à Presidência da República, e não apenas pelos méritos do candidato, por seu currículo exemplar de homem público e pelo que ele pode representar para a recondução do País ao desenvolvimento econômico e social pautado por valores éticos. O apoio deve-se também à convicção de que o candidato Serra é o que tem melhor possibilidade de evitar um grande mal para o País.

Efetivamente, não bastasse o embuste do "nunca antes", agora o dono do PT passou a investir pesado na empulhação de que a Imprensa denuncia a corrupção que degrada seu governo por motivos partidários. O presidente Lula tem, como se vê, outro mau hábito: julgar os outros por si. Quem age em função de interesse partidário é quem se transformou de presidente de todos os brasileiros em chefe de uma facção que tanto mais sectária se torna quanto mais se apaixona pelo poder. É quem é o responsável pela invenção de uma candidata para representá-lo no pleito presidencial e, se eleita, segurar o lugar do chefão e garantir o bem-estar da companheirada. É sobre essa perspectiva tão grave e ameaçadora que os eleitores precisam refletir. O que estará em jogo, no dia 3 de outubro, não é apenas a continuidade de um projeto de crescimento econômico com a distribuição de dividendos sociais. Isso todos os candidatos prometem e têm condições de fazer. O que o eleitor decidirá de mais importante é se deixará a máquina do Estado nas mãos de quem trata o governo e o seu partido como se fossem uma coisa só, submetendo o interesse coletivo aos interesses de sua facção.

Não precisava ser assim. Luiz Inácio Lula da Silva está chegando ao final de seus dois mandatos com níveis de popularidade sem precedentes, alavancados por realizações das quais ele e todos os brasileiros podem se orgulhar, tanto no prosseguimento e aceleração da ingente tarefa - iniciada nos governos de Itamar Franco e Fernando Henrique - de promover o desenvolvimento econômico quanto na ampliação dos programas que têm permitido a incorporação de milhões de brasileiros a condições materiais de vida minimamente compatíveis com as exigências da dignidade humana. Sob esses aspectos o Brasil evoluiu e é hoje, sem sombra de dúvida, um país melhor. Mas essa é uma obra incompleta. Pior, uma construção que se desenvolveu paralelamente a tentativas quase sempre bem-sucedidas de desconstrução de um edifício institucional democrático historicamente frágil no Brasil, mas indispensável para a consolidação, em qualquer parte, de qualquer processo de desenvolvimento de que o homem seja sujeito e não mero objeto.

Se a política é a arte de aliar meios a fins, Lula e seu entorno primam pela escolha dos piores meios para atingir seu fim precípuo: manter-se no poder. Para isso vale tudo: alianças espúrias, corrupção dos agentes políticos, tráfico de influência, mistificação e, inclusive, o solapamento das instituições sobre as quais repousa a democracia - a começar pelo Congresso. E o que dizer da postura nada edificante de um chefe de Estado que despreza a liturgia que sua investidura exige e se entrega descontroladamente ao desmando e à autoglorificação? Este é o "cara". Esta é a mentalidade que hipnotiza os brasileiros. Este é o grande mau exemplo que permite a qualquer um se perguntar: "Se ele pode ignorar as instituições e atropelar as leis, por que não eu?" Este é o mal a evitar.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

CARTA DE GILBERTO GERALDO GARBI PARA LULA

Quem é ele?:

Gilberto Geraldo Garbi foi um dos alunos classificados a seu tempo como UM DOS MELHORES ALUNOS DE MATEMÁTICA que já haviam adentrado o ITA, entre outras honrarias que recebeu daquela instituição.

Depois de graduado, desenvolveu carreira na TELEPAR, onde chegou a Diretor Técnico e Diretor Presidente, sendo depois Presidente da TELEBRAS sendo, depois, presidente da NEC.



A CAMINHO DOS 99,9999995%
(Por: Gilberto Geraldo Garbi)

Há poucos dias, a imprensa anunciou amplamente que, segundo as últimas pesquisas de opinião, Lula bateu de novo seus recordes anteriores de popularidade e chegou a 84% de avaliação positiva.

É, realmente, algo nunca antes visto nesse país e eu fiquei me perguntando o que poderemos esperar das próximas consultas populares.

Lembro-me de que quando Lula chegou aos 70% achei que ele jamais bateria Hitler, a quem, em seu auge, a cultíssima Alemanha chegara a conceder 82% de aprovação.

Mas eu estava enganado: nosso operário-presidente já deixou para trás o psicopata de bigodinho e hoje só deve estar perdendo para Fidel Castro e para aquele tiranete caricato da Coréia do Norte, cujo nome jamais me interessei em guardar.

Mas Lula tem uma vantagem sobre os dois ditadores: aqui as pesquisas refletem verdadeiramente o que o povo pensa, enquanto em Cuba e na Coréia do Norte as pesquisas de opinião lembram o que se dizia dos plebiscitos portugueses durante a ditadura lusitana: SIM, Salazar fica; NÃO, Salazar não sai; brancos e nulos sendo contados a favor do governo.

(Quem nunca ouviu falar em Salazar, por favor, pergunte a um parente com mais de 60).

Portanto, a popularidade de Lula ainda tem espaço para crescer, para empregar essa expressão surrada e pedante, mas adorada pelos economistas.

E faltam apenas cerca de 16% para que Lula possa, com suas habituais presunção e imodéstia, anunciar ao mundo que obteve a unanimidade dos brasileiros em torno de seu nome, superando até Jesus Cristo ou outras celebridades menores que jamais conseguiram livrar-se de alguma oposição.

Sim, faltam apenas 16% mas eu tenho uma péssima notícia a dar a seu hipertrofiado ego: pode tirar o cavalinho da chuva, cumpanhero, porque de 99,9999995% você não passa.

Como você não é muito chegado em Aritmética, exceto nos cálculos rudimentares dos percentuais sobre os orçamentos dos ministérios que você entrega aos partidos que constituem sua base de sustentação no Congresso, explico melhor: o Brasil tem 200.000.000 de habitantes, um dos quais sou eu. Represento, portanto, 1 em 200.000.000, ou seja, 0,0000005% enquanto os demais brasileiros totalizam os restantes 99,9999995%.

Esses, talvez, você possa conquistar, em todo ou em parte.

Mas meus humildes 0,0000005% você jamais terá porque não há força neste ou em outros mundos, nem todo o dinheiro com que você tem comprado votos e apoios nos aterros sanitários da política brasileira, não há, repito, força capaz de mudar minha convicção de que você foi o pior dentre todos os presidentes que tive a infelicidade de ver comandando o Brasil em meus 65 anos de vida.

E minha convicção fundamenta-se em um fato simples: desde minha adolescência, quando comecei a me dar conta das desgraças brasileiras e a identificar suas causas, convenci-me de que na raiz de tudo está a mentalidade dominante no Brasil, essa mentalidade dos que valorizam a esperteza e o sucesso a qualquer custo; dos que detestam o trabalho e o estudo; dos que buscam o acesso ao patrimônio público para proveito pessoal; dos que almejam os cabides de emprego, as sinecuras e os cargos fantasmas; dos que criam infindáveis dinastias nepotistas nos órgãos públicos; dos que desprezam a justiça desde que a injustiça lhes seja vantajosa; dos que só reclamam dos privilégios por não estar incluídos entre os privilegiados; dos que enriquecem através dos negócios sujos com o Estado; dos que vendem seus votos por uma camiseta, um sanduíche ou, como agora, uma bolsa família; dos que são de tal forma ignorantes e alienados que se deixam iludir pelas prostitutas da política e beijam-lhes as mãos por receber de volta algumas migalhas do muito que lhes vem sendo roubado desde as origens dos tempos; dos que são incapazes de discernir, comover-se e indignar-se diante de infâmias.

Antes e depois de mim, muitos outros brasileiros, incomparavelmente melhores e mais lúcidos, chegaram à mesma conclusão e, embora sejamos minoria, sinto-me feliz e honrado por estar ao lado de Rui Barbosa. Já ouviu falar nele?

Como você nunca lê, eu quase iria sugerir-lhe que pedisse a algum de seus incontáveis assessores que lhe falasse alguma coisa sobre a Oração aos Moços... Mas, esqueça... Se você souber o que ele, em 1922, disse de políticos como você e dos que fazem parte de sua base de sustentação, terá azia até o final da vida.

Pense a maioria o que quiser, diga a maioria o que disser, não mudarei minha convicção de que este País só deixará de ser o que é uma terra onde as riquezas produzidas pelo suor da parte honesta e trabalhadora é saqueada pelos parasitas do Estado e pelos ladrões privados eternamente impunes quando a mentalidade da população e de seus representantes for profundamente mudada.

Mudada pela educação, pela perseverança, pela punição aos maus, pela recompensa aos bons, pelo exemplo dos governantes.

E você Lula, teve uma oportunidade única de dar início à mudança dessa mentalidade, embalado que estava com uma vitória popular que poderia fazer com que o Congresso se curvasse diante de sua autoridade moral, se você a tivesse.

Você teve a oportunidade de tornar-se nossa tão esperada âncora moral, esta sim, nunca antes vista nesse País.

Mas não, você preferiu o caminho mais fácil e batido das práticas populistas e coronelistas de sempre, da compra de tudo e de todos.

Infelizmente para o Brasil, mas felizmente para os objetivos pessoais seus e de seu grupo, você estava certo: para que se esforçar, escorado apenas em princípios de decência, se muito mais rápido e eficiente é comprar o que for necessário, nessa terra onde quase tudo está à venda?

Eu não o considero inteligente, no nobre sentido da palavra, porque uma pessoa verdadeiramente inteligente, depois de chegar aonde você chegou, partindo de onde você partiu, não chafurdaria nesse lamaçal em que você e sua malta alegremente surfam, nem se entregaria a seu permanente êxtase de vaidade e auto-idolatria.

Mas reconheço em você uma esperteza excepcional: nunca antes nesse País um presidente explorou tão bem, em proveito próprio e de seu bando, as piores qualidades da massa brasileira e de seus representantes.

Esse é seu legado maior, e de longa duração: o de haver escancarado a lúgubre realidade de que o Brasil continua o mesmo que Darwin encontrou quando passou por essas plagas em 1832 e anotou em seu diário: Aqui todos são subornáveis.

Você destruiu as ilusões de quem achava que havíamos evoluído em nossa mentalidade e matou as esperanças dos que ainda acreditavam poder ver um Brasil decente antes de morrer.

Você não inventou a corrupção brasileira, mas fez dela um maquiavélico instrumento de poder, tornando-a generalizada e fazendo-a permear até os últimos níveis da Administração.

O Brasil, sob você, vive um quadro que em medicina se chamaria de septicemia corruptiva.

Peça ao Marco Aurélio para lhe explicar o que é isso.

Você é o sonho de consumo da banda podre desse País, o exemplo que os funcionários corruptos do Brasil sempre esperaram para poder dar, sem temores, plena vazão a seus instintos.

Você faz da mentira e da demagogia seu principal veículo de comunicação com a massa.

A propósito, o que é que você sente, todos os dias, ao olhar-se no espelho e lembrar-se do que diz nos palanques?

Você sente orgulho em subestimar a inteligência da maioria e ver que vale a pena?

Você mentiu quando disse haver recebido como herança maldita a política econômica de seu antecessor, a mesma política que você manteve integralmente e que fez a economia brasileira prosperar.

Você mentiu ao dizer que não sabia do Mensalão.

Mentiu quando disse que seu filho enriqueceu através do trabalho.

Mentiu sobre os milhões que a Ong 13, de sua filha, recebeu sem prestar contas.

Mentiu ao afastar Dirceu, Palocci, Gushiken e outros cumpanheros pegos em flagrante.

Mente quando, para cada platéia, fala coisas diferentes, escolhidas sob medida para agradá-las.

Mentiu, mente e mentirá em qualquer situação que lhe convenha.

Por falar em Ongs, você comprou a esquerda festiva, aquela que odeia o trabalho e vive do trabalho de outros, dando-lhe bilhões de reais através de Ongs que nada fazem, a não ser refestelar-se em dinheiro público, viajar, acampar, discursar contra os exploradores do povo e desperdiçar os recursos que tanta falta fazem aos hospitais.

Você não moveu uma palha, em seis anos de presidência, para modificar as leis odiosas que protegem criminosos de todos os tipos neste País sedento de Justiça e encharcado pelas lágrimas dos familiares de tantas vítimas.

Jamais sua base no Congresso preocupou-se em fechar ao menos as mais gritantes brechas legais pelas quais os criminosos endinheirados conseguem sempre permanecer impunes, rindo-se de todos nós.

Ao contrário, o Supremo, onde você tem grande influência, por haver indicado um bom número de Ministros, acaba de julgar que mesmo os condenados em segunda instância podem permanecer em liberdade, até que todas as apelações, recursos e embargos sejam julgados, o que, no Brasil, leva décadas.

Isso significa, em poucas palavras, que os criminosos com dinheiro suficiente para pagar os famosos e caros criminalistas brasileiros podem dormir sossegados, porque jamais irão para a cadeia.

Estivesse o Supremo julgando algo que interessasse a seu grupo ou a suas inclinações ideológicas, certamente você teria se empenhado de corpo e alma.

Aliás, Lula, você nunca teve ideais, apenas ambições...

Você jamais foi inspirado por qualquer anseio de Justiça.

Todas as suas ações, ao longo da vida, foram motivadas por rancores, invejas, sede pessoal de poder e irrefreável necessidade de ser adorado e ter seu ego adulado.

Seu desprezo por aquilo que as pessoas honradas consideram Justiça manifesta-se o tempo todo: quando você celeremente despachou para Cuba alguns pobres desertores que aqui buscavam a liberdade; quando você deu asilo a assassinos terroristas da esquerda radical; quando você se aliou à escória do Congresso, aquela mesma contra quem você vociferava no passado; quando concedeu aumentos nababescos a categorias de funcionários públicos já regiamente pagos, às custas dos impostos arrancados do couro de quem trabalha arduamente e ganha pouco; quando você aumentou abusivamente as despesas de custeio, sabendo que pouquíssimo da arrecadação sobraria para os investimentos de que tanto carece a população; quando você despreza o mérito e privilegia o compadrio e o populismo; e vai por aí.... Justiça, ora a Justiça, é o que você pensa...

Você tem dividido a nação, jogando regiões contra regiões, classes contra classes e raças contra raças, para tirar proveito das desavenças que fomenta.

Aliás, se você estivesse realmente interessado, como deveria, em dar aos pobres, negros e outros excluídos as mesmas oportunidades que têm os filhos dos ricos, teria se empenhado a fundo na melhoria da saúde e do ensino públicos.

Mas você, no íntimo, despreza o ensino, a educação e a cultura, porque conseguiu tudo o que queria, mesmo sendo inculto e vulgar. Além disso, melhorar a educação toma um tempo enorme e dá muito trabalho, não é mesmo?

E se há coisa que você e o Partido dos Trabalhadores definitivamente detestam é o trabalho: então, muito mais fácil é o atalho das cotas, mesmo que elas criem hostilidades entres as cores, que seus critérios sejam burlados o tempo todo e que filhos de negros milionários possam valer-se delas.

A Imprensa faz-lhe pouca oposição porque você a calou, manipulando as verbas publicitárias, pressionando-a economicamente e perseguindo jornalistas.

O que houve entre o BNDES e as redes de televisão?

O que você mandou fazer a Arnaldo Jabor, a Boris Casoy, a Salete Lemos?

Essa técnica de comprar ou perseguir é muito eficaz.

Pablo Escobar usou-a com muito sucesso na Colômbia, quando dava a seus eventuais opositores as opções: O plata, o plomo. Peça ao Marco Aurélio para traduzir. Ele fala bem o Espanhol.

Você pode desdenhar tudo aquilo que aqui foi dito, como desdenha a todos que não o bajulem.

Afinal, se você não é o maior estadista do planeta, se seu governo não é maravilhoso, como explicar tamanha popularidade?

É fácil: políticos, sindicatos, imprensa, ONGs, movimentos sociais, funcionários públicos, miseráveis, você comprou com dinheiro, bolsas, cotas, cargos e medidas demagógicas.


Muita gente que trabalha, mas desconhece o que se passa nas entranhas de seu governo, satisfez-se com o pouco mais de dinheiro que passou a ganhar, em conseqüência do modesto crescimento econômico que foi plantado anteriormente, mas que caiu em seu colo.

Tudo, então, pode se resumir ao dinheiro e grande parte da população parece estar disposta a ignorar os princípios da honradez e da honestidade e a relevar as mentiras, a corrupção, os desperdícios, os abusos e as injustiças que marcam seu governo em troca do prato de lentilhas da melhoria econômica.

É esse, em síntese, o triste retrato do Brasil de hoje. E, como se diz na França:

l´argent n´est tout que dans les siècles où les hommes ne sont rien.

Você não entendeu, não é mesmo? Então pergunte a Marta. Ela adora Paris e há um bom tempo o estamos sustentando, seu gigolô franco-argentino!

Gilberto Geraldo Garbi

sexta-feira, 18 de junho de 2010

HEITOR DINIZ

Em Goiânia, beba no Esmeraldas Pub

"Se você vive em Goiânia e quer uma sugestão de um grande bar, vou te indicar um: conhece o Palácio das Esmeraldas? A sua conta por lá está paga pelo resto do ano"


OK, a primeira partida do Brasil na Copa não foi lá essas coisas. Mas a seleção ganhou, faturou os três pontos e a liderança do grupo. Por enquanto, é o parâmetro com o qual se preocupar. Então (por que não?), a hora é sim de comemorar.

Para tanto, no mais das vezes, o torcedor escolhe os bares. Se você vive em Goiânia e quer uma sugestão de um grande bar, vou te indicar um que certamente irá surpreendê-lo: conhece o Palácio das Esmeraldas? Se não, você não sabe o que está perdendo, pois a sua conta por lá está paga pelo resto do ano, e por 2011 adentro.

Em tempo: para quem é de fora, como eu, Palácio das Esmeraldas é nada menos do que a sede do governo de Goiás.

Aos fatos: os meses de março e abril deste ano assistiram a dois pregões eletrônicos bastante peculiares por aquelas bandas, ambos a pedido da Secretaria-Geral da Governadoria do estado de Goiás, atendendo às “necessidades”, veja você, do Esmeraldas Pub... ops! Palácio das Esmeraldas.

Vamos começar pela preferência nacional, a cerveja: nada de miséria por aqui. De garrafas de 600ml são 180 caixas, com 24 unidades cada. Resumindo: 4.320 garrafas para um período de um ano. São nada menos do que 12 garrafas por dia, com direito à mesma cota aos sábados, domingos, feriados, feriadões, recessos etc, etc.
Se você prefere as latinhas, o governo de Goiás não se esqueceu de você. São 360 caixas, com 12 latas de 350ml cada, totalizando novamente 4.320 latinhas, e a mesma cota de 12 por dia.

Os refrigerantes são um capítulo à parte. Tem de todos os sabores, em todas as embalagens e nas variedades comum e light. Garrafas de 290ml são 4.608 (12,8 garrafas por dia). PETs de dois litros são 1.080 pacotes, com seis garrafas cada, totalizando 6.480 (18 PETs por dia). Já as latinhas são 3.660 pacotes com 12 unidades cada, somando 43.920 latinhas (nada menos do que 122 por dia!).

Há também sucos, que vêm no montante de 6.840 litros (19 litros por dia).

Pensa que parou por aí? Digo que não. Ainda faltam os aperitivos, os licores, o whisky e uma formidável carta de vinhos. 24 garrafas de conhaque (duas por mês), 12 licores do tipo Amarula, outras 12 do famoso licor Drambuie, mais 12 do Frangélico e 144 garrafas do fantástico e tradicionalíssimo licor de pequi, este último numa também fantástica cota de 12 garrafas por mês. Ah, sem falar na aguardente, disponível na versão comum (144 garrafas) ou com malte (2.880 garrafas, ou oito por dia!!!).

Quanto aos vinhos... Bem, o Esmeraldas tem à sua disposição, torcedor, eleitor e cidadão, 5.436 garrafas (15 por dia). Esse número já seria por demais exuberante, não fosse o preço de alguns desses rótulos. O mais caro deles chega a R$ 2.981,00 por garrafa... e o governo comprou 24 dessas.

Para recuperar o fôlego ou a energia, você pode tomar uma das 2.880 latas de energético, seja puro, seja acompanhando uma das 288 garrafas de whisky 12 anos.

E você se lembra quando eu disse, caro leitor, que a sua conta estava paga? Pois é. Ficou em R$ 688.039,80. E nem precisa se preocupar com os 10%, porque 100% dessa “dolorosa” saiu de um bolão gigantesco chamado IMPOSTOS. Pagos adivinhe por quem?

Procurado, o governo de Goiás enviou uma resposta que, a meu ver, deixa tudo como está, uma vez que confirma os valores, dizendo apenas que o palácio é "logradouro de reuniões, recepções sociais" e que, por isso, há "inúmeros almoços, coqueteis e jantares". Leia abaixo a íntegra da resposta:

"Em atenção ao seu pedido de informações, via e-mail, quanto à aquisição de bebidas por intermédio dos Pregões eletrônicos pelo governo do estado de Goiás, esclarecemos:

O Palácio das Esmeraldas, além de residência oficial do chefe do poder executivo estadual, é, também, a representação protocolar da sede do Governo. Assim, é o local onde são realizadas as solenidades oficiais, onde acontecem as recepções às delegações nacionais e estrangeiras que visitam ou são convidadas para investimentos e instalação de atividades econômicas que potencialmente o estado de Goiás apresenta. È também o logradouro de reuniões, recepções sociais e demais eventos da natureza que devem ser observados pelo protocolo oficial. Portanto, são inúmeros almoços, coquetéis e jantares que são realizados em atendimento às demandas, no decorrer de cada exercício.

Ressalva-se, porém, que o quantitativo do valor estimado não significa que a despesa necessariamente atingirá o limite.

Agradecemos o contato, colocamo-nos à disposição para quaisquer informações adicionais.

Atenciosamente,

HERCILIA OSÓRIO MAROCLO
Secretária em exercício"

*Heitor Diniz é jornalista de Belo Horizonte (MG). Acompanhe-o também em www.uai.com.br/cronicapolitica

fonte: Congresso em Foco

quarta-feira, 16 de junho de 2010

MIRIAM LEITÃO

Erro repetido

Quando o governo americano foi apanhado mandando espionar o partido adversário eclodiu nos Estados Unidos uma crise política sem precedentes e o presidente Richard Nixon caiu por impeachment. No Brasil, perdeu-se a noção de como é grave essa delinquência política. Não houve punição alguma quando o PT foi apanhado comprando dossiê no Hotel Ibis em São Paulo. Não haverá agora.

O ponto decisivo foi setembro de 2006, quando um grupo formado por dois graduados funcionários do comitê de campanha de reeleição do presidente Lula, um diretor do Banco do Brasil, o chefe de comunicação da campanha do então candidato do PT ao governo do estado de São Paulo, pessoas da copa e cozinha do presidente foram apanhados tentando comprar um dossiê contra adversários. Dois deles estavam com R$ 1,7 milhão na mão, em dinheiro vivo, sem origem comprovada.

Eles foram presos, depois soltos, o diretor do Banco do Brasil foi demitido com muitos elogios, o suposto chefe da operação é hoje próspero fazendeiro. A reação da ocasião foi tentar negar as óbvias ligações com a estrutura da campanha presidencial, o presidente Lula chamou-os de “meninos” e “aloprados”, e depois denunciou um suposto golpismo contra ele, Lula.

Os atuais indícios de que se pretendia espionar o candidato do PSDB ou que podem ter sido acessados dados sigilosos dentro da máquina da Receita Federal de um dos integrantes da direção do maior partido da oposição são a comprovação de que o que não é punido se repete. De novo, o presidente Lula usa o mesmo truque de tentar inverter a situação e colocar seu partido como vítima de uma armação.

Mais assustador do que um episódio isolado é o fato de que eles se repetem, numa clara indicação de que vão se tornando prática política no Brasil em período eleitoral. Espionar o adversário político usando escutas ilegais, acessando dados informados exclusivamente ao Setor Público e que estão protegidos por sigilo é totalmente inaceitável. Acostumar-se a isso é começar a cavar a cova da própria democracia, que pressupõe que todos se submetam às leis e que os partidos que governam são administradores temporários e não donos da República. Usar a máquina pública para intimidar adversários políticos é um veneno letal às instituições.

Há várias formas de ameaçar a democracia. Da mais óbvia delas, o golpe de Estado, aprendemos a nos defender. Mas existem outras formas sutis de solapar a democracia, deformá-la até que ela fique irreconhecível. O uso da máquina pública para fins partidários é uma delas. Outra, é a delinquência política reiterada e sem punição até que ela se torne parte dos usos e costumes do país.

O que torna o ambiente cada vez mais perigoso é que o Brasil não tem mais um presidente, tem um chefe político em campanha incessante. É isso que faz com que ele, em palanque, acuse a oposição de fazer “jogo rasteiro inventando um dossiê por dia”. A atitude correta do presidente deveria ser a de querer tudo esclarecido para se saber se foi realmente uma pessoa lateral na campanha da sua candidata que tomou uma atitude isolada ou parte de uma conspiração; se há funcionários públicos usando para fins políticos o acesso que têm a dados dos cidadãos.

Não há esperança alguma de que o presidente Lula se comporte como um chefe de um governo de todos. Ele é o flagrante mais explícito da mistura entre partido e governo. A última esperança de que agisse como estadista foi em 2006. À frente nas pesquisas, com claras chances de reeleição, ele poderia ter tomado uma atitude depuradora dos maus costumes políticos que estavam se instalando em seu próprio comitê de campanha. Como a condenação ficou apenas no levíssimo epíteto de “aloprados”, tudo ficou por isso mesmo. O sistema político brasileiro foi avisado de que essa prática é aceitável, basta, se alguém for apanhado, romper um contrato de prestação de serviço, isolar temporariamente a pessoa contaminada. O capítulo seguinte é fazer a transposição de papéis em que vítimas viram culpados, e os culpados, vítimas.

Ainda há 100 dias pela frente de campanha. Os candidatos estão lançados e agora começa oficialmente a campanha, que, na prática, o presidente Lula já começou há mais de ano. O balanço até agora é assustador. O presidente, mesmo punido cinco vezes pela Justiça Eleitoral, tem usado todos os atos públicos de governo para fazer propaganda partidária.

Um governo bem avaliado, um presidente com popularidade alta, num momento de crescimento econômico e otimismo não precisa de qualquer tipo de afronta às leis e aos bons costumes políticos para se manter no poder por mais um período. Se precisasse, não deveria fazê-lo por disciplina institucional. Basta confiar no seu legado, na candidata que escolheu e no contexto favorável.

Crime sem castigo tem carta branca para se repetir. Há inquietantes sinais de que a tecnologia da espionagem está se consolidando. Nunca mais se soube que um governo americano repetiu a tentativa de investigar o adversário político. O Watergate ficou como símbolo de que a delinquência política é punida exemplarmente. Nós ficamos aqui sob risco de novas gerações de aloprados a cada eleição.

fonte: O Globo

terça-feira, 8 de junho de 2010

LUIZ FELIPE PONDÉ

Sem esperança
Pergunto-me por que não proíbem professores de pregar o marxismo e toda a bobagem de luta de classes

RESPONDO ASSIM, de bate-pronto, a um aluno: "Não, não tenho nenhum ideal". Silêncio. Talvez um pouco de mal-estar. Todos ali esperavam uma resposta diferente porque todo mundo legal tem um ideal.

Eu não tenho. É assim? Confesso, não sou legal, nem quero ser. Duvido de quem é legal e que tem um ideal. Esperança? Tampouco. E suspeito de quem queira me dar uma.

De novo respondo assim, de bate-pronto, a outro aluno: "Não, não quero mudar o mundo, nem mudar o homem, muito menos a mulher, a mulher, então, está perfeita como é, se mudar, atrapalha, gosto dela assim, carente, instável, infernal, de batom vermelho e de saia justa".

Mentira, esta última parte eu acrescentei agora, mas devia ter dito isso também. Outro silêncio. Talvez, de novo, um pouco de mal-estar. Espero que falhem todas as tentativas de mudar o homem.

Não saio para jantar com gente que quer mudar o mundo e que tem ideais. Prefiro as que perdem a hora no dia que decidiram salvar o mundo ou as que trocam seus ideais por um carro novo. Ou as que choram todo dia à noite na cama.

Tenho amigos que padecem desse vício de ter ideais e quererem salvar o mundo, mas você sabe como são essas coisas, amigo é amigo, e a gente deve aceitar como ele (ou ela) é, ou não é amizade.

Perguntam-me, estupefatos: "Mas você é professor, filósofo, escritor, intelectual, colunista da Folha, como pode não ter ideal algum ou não querer mudar o mundo?".

Penso um minuto e respondo: "Acordo de manhã e fico feliz porque sou isso tudo, gosto do que faço, espero poder fazer o que faço até o dia da minha morte".

Perguntam-me, de novo, mais estupefatos: "Mas você está envolvido no debate público! Pra quê, se você não quer mudar o mundo?".

Sou obrigado a pensar de novo, outro minuto (afinal, são perguntas difíceis), e respondo: "Participo do debate público pra atrapalhar a vida de quem quer mudar o mundo ou de quem tem ideais".

Os intelectuais e os professores pegaram uma mania de ser pregadores, e isso é uma lástima. Inclusive porque são pessoas que leem pouco e que são muito vaidosas, e da vaidade nunca sai coisa que preste (com exceção da mulher, para quem a vaidade é como uma segunda pele, que lhe cai bem).

O que você faria se algum professor pregasse o evangelho ao seu filho na faculdade? Provavelmente você lançaria mão de argumentos do tipo que os intelectuais lançam contra o ensino religioso: "O Estado é laico e blá-blá-blá... porque a liberdade de pensamento blá-blá-blá...". Se for para proibir Jesus, por que não proibir qualquer pregação?

Pergunto-me por que não proíbem professores de pregar o marxismo em sala de aula e toda aquela bobagem de luta de classes e sociedade sem lógica do capital? Isso não passa de uma crendice, assim como velhas senhoras creem em olho gordo.

Nas faculdades (e me refiro a grandes faculdades, não a bibocas que existem aos montes por aí), torturam-se alunos todos os dias com pregações vazias como essas, que apenas atrapalham a formação deles, fazendo-os crer que, de fato, "haverá outro mundo quando o McDonald"s fechar e o mundo inteiro ficar igual a Cuba".

Esses "pastores da fé socialista" aproveitam a invenção dessa bobagem de que jovem tem que mudar o mundo para pregarem suas taras. Normalmente, a vontade de mudar o mundo no jovem é causada apenas pela raiva que ele tem de ter que arrumar o quarto.

E suspeito que, assim como fanáticos religiosos leem só um livro, esses pregadores também só leem um livro e o deles começa assim: "No princípio era Marx, e Marx se fez carne e habitou entre nós...".

Reconhece-se uma pregação evangélica quando se ouve frases como: "Aleluia, irmão!". Reconhece-se uma pregação marxista quando se ouve frases como: "É necessário destruir o mundo do capital e criar uma sociedade mais justa onde o verdadeiro homem surgirá".

Pergunto, confesso, com sono: "E quem vai criar essa sociedade mais justa?". Provavelmente o pregador em questão pensa que ele próprio e os seus amigos devem criar essa nova sociedade.

Mentirosos, deveriam ser tratados como pastores que vendem Jesus e aceitam cartão Visa.

fonte: Folha.com - ponde.folha@uol.com.br

sexta-feira, 4 de junho de 2010

TV HORIZONTE
Política na web

Na quarta-feira passada, dia 2 de junho, a TV Horizonte recebeu um dos nossos coordenadores, Gabriel Guerra, para debater o tema "política na web" no programa Celeidoscópio, apresenado pela jornalista Gisele Joa. Ou seja, 2010 é ano eleitoral. Como iniciativas como o Blog da Petrobras, o Blog do Planalto e os perfis no Twitter mantidos por políticos podem interferir nas eleições?

Apesar do nosso movimento ter um caráter apartidário, ao cotrário das iniciativas citadas, a política é um dos principais pilares da ética contemporânea. Portanto, colocar o dedo na ferida dos políticos é uma de nossas funções principais nesse livre exercício de cidadania.
Agradecemos à TV Horizonte pelo espaço aberto.
Somente o povo pode exigir e inserir a ética na política brasileira.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

NELSON MOTTA

Licença para roubar


Não é preciso criar nenhuma lei nem fazer qualquer debate ou votação. É mais prático e direto do que uma reforma eleitoral, sem financiamento público e voto em listas, nem riscos para o estado de direito e a democracia.

Muito pelo contrário.

Basta fazer como democracias civilizadas e definir, julgar e punir o “caixa 2″ pelo que ele é: um crime mais grave do que o roubo para uso próprio. Porque lesa não só uma pessoa física ou jurídica, mas toda a sociedade, para fraudar o processo eleitoral e corromper a vontade dos cidadãos, desmoralizando as instituições democráticas e afrontando a lei e a Justiça.

O “caixa 2″ é um delito mais grave do que um simples roubo público ou privado como os que enchem os noticiários.

Alguns desses ladrões são presos e o produto dos crimes pode ser recuperado. Mas os que roubam para fraudar o processo eleitoral, alegando que não é para uso próprio (embora às vezes seja), mas pela “causa”, não são presos, não devolvem o dinheiro, nem pagam os irreparáveis prejuízos à democracia, são heróis da impunidade em seus partidos.

“Ah, é só caixa 2″. Alguém imagina o Obama dizendo isto? Nem Berlusconi ousaria. Aqui, presidentes de partidos e até da República dizem, considerando como atenuante o que é agravante. Seu corolário “todo mundo faz” minimiza e absolve o delito, e pereniza o atraso político.

Por que Estados Unidos, Inglaterra, França e Itália julgam crimes políticos como mais graves do que os comuns, com cadeia e multas pesadas por conspiração contra o estado democrático e suas instituições? Talvez porque eles não têm esse jeitinho brasileiro de ser democrata, esse hábito de nivelar por baixo e de se contentar com pouco. Construíram democracias em que a lei é para todos, onde não há causa, por melhor que seja, que justifique a sua transgressão. Em ditaduras, leis espúrias podem e devem ser transgredidas na luta pela democracia, mas, quando finalmente a conquistamos, isto só a corrompe e avilta.

Enquanto formos escravos desse passado, não há esperança de vencermos o medo de viver em uma democracia que seja realmente de todos.

Fonte: Jornal “O Globo” - 07/05/2010

quinta-feira, 20 de maio de 2010

TERÇA | 25 DE MAIO

O Dia da Liberdade de Impostos
Material de divulgação em Belo Horizonte

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Divulgação em Belo Horizonte
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+ info BH:
www.cdlbh.com.br
www.liberdadedeimpostos.com.br
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O Dia da Liberdade de Impostos ocorre em:

  • Brasília,
  • Vitória,
  • São Paulo,
  • Rio de Janeiro (22 de maio - sábado: + info Rodrigo Constantino
  • Porto Alegre,
  • Rio de Janeiro,
  • Joinville (SC),
  • Lages (SC),
  • Colatina (ES),
  • São Lourenço (MG).


sexta-feira, 9 de abril de 2010


Foto: Elespectador
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Divulgação: Fórum da Liberdade
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RODRIGO CONSTANTINO

Civilização e Barbárie

Nos dias 12 e 13 de abril se realizará em Caracas a reunião da Quinta Internacional Socialista, proposta pelo presidente venezuelano Hugo Chávez. A iniciativa tem como objetivo reagrupar forças da esquerda do mundo todo, na esperança de que o socialismo é possível. A Venezuela representa o novo ícone do “socialismo do século 21”, que nada mais é do que o velho socialismo requentado. As receitas continuam as mesmas – concentração de poder no Estado – e os resultados também: muita miséria e escravidão.

Concomitantemente, nos mesmos dias ocorrerá em Porto Alegre o XXIII Fórum da Liberdade, organizado pelo Instituto de Estudos Empresariais. Trata-se de um evento com excelentes debates e palestras, além de pluralidade de idéias, já que esquerdistas também são convidados para expor seus pontos de vista. A pluralidade tão propagada pela esquerda e tão pouco respeitada de fato por ela é um importante pilar liberal, justamente porque os liberais acreditam no diálogo e no poder de seus argumentos, dispensando a tática da violência.

De um lado, as FARC terroristas, que seqüestram e fazem tráfico de drogas em nome da causa; do outro, intelectuais defendendo o direito de propriedade privada. De um lado, os bandoleiros do MST, que depositam na invasão e depredação suas armas de “persuasão”; do outro, empresários demonstrando como geram riqueza e empregos com suas iniciativas ousadas. De um lado, governantes autoritários que lutam para calar a imprensa a cada dia; do outro, jornalistas que colocam a liberdade de expressão como um princípio inegociável. De um lado, o mercantilismo da ALBA; do outro, a defesa do livre comércio. De um lado, parasitas do esforço alheio; do outro, produtores do progresso capitalista, que vem retirando milhões de seres humanos da miséria.

Em suma, de um lado temos a barbárie representada pelos socialistas, que mudaram um pouco a roupa, mas mantiveram a essência; do outro, a civilização, representada pelos liberais defensores de uma economia de mercado e um Estado de direito, com igualdade de todos perante as mesmas leis.

fonte: Rodrigo Constantino

quarta-feira, 7 de abril de 2010




ESTADO DE MINAS

Governistas montam estratégia para barrar Ficha Limpa
Por Alessandra Mello, Ivan Iunes e Josie Jerônimo

A bancada governista na Câmara dos Deputados tem uma manobra traçada para barrar a aprovação do projeto da Ficha Limpa prevista para esta quarta-feira, em plenário. Se o projeto for aprovado, ficarão inelegíveis por oito anos todos os condenados em segunda instância por crime graves. A proposta dificilmente sairá da Câmara sem ser retalhada. Contrários a várias regras previstas no texto, partidos como PT, PMDB e PR pretendem protelar a tramitação do projeto e alterar o texto substancialmente, tornando-o inócuo. A movimentação derrubaria a estratégia do presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), de capitalizar o bônus eleitoral da aprovação.

A manobra dos deputados contrários à proposta foi traçada terça-feira, durante reunião de líderes governistas. O roteiro definido tem como primeira ação recusar o pedido de urgência para votação em plenário. Sem um prazo definido para votar, os deputados forçariam o retorno do Ficha Limpa à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para resolver supostas lacunas do texto. Lá, ele seria desfigurado por uma série de emendas. “A ideia é constitucional, mas tem impropriedades, está confusa, cria uma instância, o órgão colegiado, que não existe”, criticou o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Se a posição oficial é melhorar o texto, nos corredores, o naufrágio do projeto seria um golpe dirigido ao DEM e ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Ambos sonham usar a aprovação do projeto como bandeira em outubro. Para Temer, a proposta é uma oportunidade de reunir mais bônus eleitorais para o posto de vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff (PT). O plano ideal traçado pelo presidente da Câmara passa pela aprovação do Ficha Limpa.

De mãos dadas com Temer, o DEM tem interesse em bancar a proposta para alvejar a própria imagem, desgastada depois da Operação Caixa de Pandora no Distrito Federal. “Sem regime de urgência, o projeto vai para a CCJ e aí não vota este ano”, pressionou o relator do projeto, Índio da Costa (DEM-RJ). O líder do partido, Paulo Bornhausen (SC), acusou os governistas de planejarem sepultar o projeto: “As bancadas estão manobrando para não aprovar a proposta, protelá-la, mas a estratégia só beneficia quem tem ficha suja”.

As estratégias, tanto governista quanto de Temer e do DEM, jogam com a força da opinião pública sobre o Congresso Nacional. A Ficha Limpa foi apresentada por iniciativa popular, escorada em 1,6 milhão de assinaturas colhidas pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE).

Pesquisa com deputados

Pesquisa divulgada terça-feira pelo Comitê de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), que reúne todas as entidades engajadas na aprovação do Ficha Limpa, mostra que não vai ser fácil levar a proposta adiante, principalmente porque se for aprovada passará a valer para as eleições de outubro, impedindo diversas candidaturas, inclusive de cerca de 30% do integrantes do Congresso Nacional.

Durante 18 dias, o MCCE tentou saber a posição dos 513 deputados sobre o projeto, mas somente 77 responderam à pesquisa, o que representa 15% da Câmara. Desse total, 73 afirmaram apoiar o projeto e quatro disseram estar indecisos. Dos 53 deputados mineiros, apenas 16 responderam à pesquisa e se declararam a favor da proposta. As perguntas sobre a posição dos parlamentares em relação ao projeto foram enviadas por e-mail. Posteriormente todos os 513 foram procurados por telefone para se manifestar sobre o assunto, mesmo assim à adesão ao levantamento foi pequena.

fonte: Uai

terça-feira, 16 de março de 2010

INVASÃO DA EMBAIXADA DO BRASIL EM MIAMI
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Revolta em Miami
Cubanos ocupam o consulado do Brasil em Miami, em protesto contra a cumplicidade de Lula ao regime cubano, na morte do operário Orlando Zapata. Todas as emissoras de TV no Brasil ignoraram o fato.
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terça-feira, 2 de março de 2010




RODRIGO CONSTANTINO

O Caminho da Servidão
“Raramente se perde qualquer tipo de liberdade de uma só vez.” (David Hume)

Com o avanço do governo Obama sobre as liberdades dos americanos, a venda do livro “O caminho da servidão”, de Hayek, disparou nos Estados Unidos. Os americanos entendem que a perda da liberdade costuma ser gradual: a água vai esquentando e o sapo acaba escaldado sem notar. É justamente disto que Hayek fala no livro. Nós, brasileiros, temos muito a lucrar com este alerta. Principalmente agora, que a candidata do governo tem defendido abertamente um Estado mais interventor ainda.

Para Hayek, não é possível existir liberdade pessoal e política quando a liberdade econômica é progressivamente abandonada. A transição do feudalismo, com sua rígida hierarquia, para o modelo com mais liberdade individual do Ocidente está bastante associada ao crescimento do livre mercado. Os trabalhadores dos países capitalistas passaram a desfrutar de uma liberdade de escolha que poucos séculos antes seria impensável, mesmo para nobres.

Sem a liberdade econômica, as demais liberdades também acabam. Quanto mais o governo planeja a economia, menos liberdade sobra para os planos dos indivíduos. Os defensores do planejamento central demandam o controle de toda a atividade econômica de acordo com um único plano, considerando que os recursos da sociedade devem ser direcionados para o serviço de determinados fins, por eles traçados. Isto vai contra o argumento liberal em favor do melhor uso possível das forças de competição como meio de coordenação dos esforços humanos.

O único meio possível para praticar este planejamento central é através de um governo autoritário. A vontade arbitrária dos governantes não irá respeitar as diferentes preferências individuais. As minorias dissidentes serão forçadas a seguir o ideal coletivista. Acaba-se sob uma tirania da “maioria” que, na prática, representa a ditadura dos governantes que falam em nome do povo, mas agem para seus próprios benefícios. Um “socialismo democrático” não passa de uma ilusão. A Venezuela é mais um triste exemplo disto.

Quando o governo tem poder para decidir sobre tudo na economia, o império da lei é substituído pelo poder discricionário do governante. Todos acabam reféns do governo. Controlando o crédito, por exemplo, o governo controla indiretamente as empresas. Não foi por acaso que Marx colocou entre as metas do seu “Manifesto Comunista” a “centralização do crédito nas mãos do Estado”. Vale lembrar que sob o governo Lula, o crédito público aumentou assustadoramente, por meio dos bancos estatais. O governo brasileiro já controla quase a metade de todo o crédito no país.

Mas o PT acha pouco. Em seu programa de governo para os próximos anos, o partido defende o fortalecimento do Estado, que no Brasil já é um monstrengo obeso e ineficiente. Quase a metade de tudo que é produzido pela iniciativa privada vai parar nos cofres públicos como impostos. Em troca, o povo recebe estradas assassinas, hospitais decadentes, ensino de péssima qualidade, elevada criminalidade, além de muita tutela e um espetáculo de corrupção. Será que a solução é aumentar ainda mais o papel do governo? Qual o limite? Venezuela? Cuba?

A “Alcatraz” caribenha, aliás, ilustra o ponto de chegada deste caminho da servidão. Um povo miserável, mantido prisioneiro no próprio país, enquanto o ditador e seus aliados podem usufruir das benesses capitalistas, como carros alemães e uniformes da Nike, ícone do “imperialismo ianque”. É este o modelo que o povo brasileiro deseja?

Fonte: Rodrigo Constantino

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010


PARA O TRIUNFO DO MAL, BASTA QUE AS PESSOAS DE BEM NADA FAÇAM
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Passeata pela Liberdade no RJ este Domingo
Domingo, dia 28 de fevereiro, 10h no começo da praia do Leblon (perto da Av Niemeyer), vamos protestar contra o PNDH-3 e pelas liberdades individuais.
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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010



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RODRIGO CONSTANTINO PARA O INSTITUTO LIBERAL
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Programa Nacional Bolivariano
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O presidente Lula assinou o decreto que criou o “Programa Nacional de Direitos Humanos”, apenas uma fachada para a “revolução bolivariana” em marcha no continente. O programa avança de forma escancarada sobre as mais básicas liberdades individuais, incluindo a propriedade privada. O governo está sugerindo quase trinta novas leis, assim como a criação de mais de dez mil novas instâncias burocráticas para empregar os camaradas. Os parasitas têm fome de recursos e poder!
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Entre outras barbaridades, o governo tenta avançar rumo à “democracia” plebiscitária da Venezuela, um eufemismo para a velha ditadura da “maioria” – na verdade, uma minoria organizada que fala em nome do “povo”. Faz parte da agenda dos “direitos humanos” instituir o financiamento público de campanhas eleitorais também, para criar o “caixa três” dos grandes partidos. Resgatar a censura na imprensa é outra meta do programa. Rever a Lei de Anistia é outro objetivo, partindo para um “revanchismo” que ignora o papel dos guerrilheiros comunistas na escalada opressora da década de 1960. Os atuais “heróis” da democracia lutavam, na verdade, para instaurar no país uma ditadura como a cubana. Por fim, o programa pretende regulamentar a taxação das grandes fortunas, medida extremamente populista – e estúpida do ponto de vista econômico – que representa apenas a idealização da inveja, sentimento mesquinho típico dos socialistas.
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Em suma, trata-se da aceleração do projeto “bolivariano” em curso no continente, cujo ícone máximo está na figura pitoresca de Hugo Chávez. A turma dos “direitos humanos” é assim mesmo: defende tudo aquilo que existe de mais abjeto no mundo. A cara-de-pau dessa gente não encontra limites: eles são capazes de falar em “direitos humanos” abraçando o ditador mais cruel do continente, o decrépito “El Coma Andante” de Cuba, ou então o louco Ahmadinejad do Irã. Para alguns defensores dos “direitos humanos”, Guantánamo parece um lugar mais apropriado...
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