segunda-feira, 31 de outubro de 2011

CAMPANHA

Lula, vai se tratar no SUS

Este blog não costuma desejar a morte dos outros, ainda que inimigos na esfera política. Por isso mesmo, gostaria de engrossar a campanha que circula pelas redes sociais: Lula, vai se tratar no SUS! Afinal de contas, o ex-presidente merece um tratamento decente. E foi ele mesmo quem disse que a saúde pública no país está quase perfeita. Foi ele também que recomendou ao presidente Obama replicar o SUS nos Estados Unidos, por sua qualidade. Lula é um "homem do povo", um metalúrgico que sempre enalteceu esta proximidade com os trabalhadores pobres. Não seria adequado agora ele gastar uma nota preta (ou melhor, uma nota afrodescendente) no hospital mais caro de São Paulo, onde apenas os ricos têm acesso. Eis a grande oportunidade para Lula demonstrar coerência e buscar os cuidados da rede pública hospitalar. Boa sorte, presidente (quer dizer, ex-presidente). Estamos com você nessa, orando por sua recuperação rápida, para que você possa logo retornar às suas atividades políticas que tanto têm feito pelo povo brasileiro (vide a qualidade do SUS como exemplo).



sexta-feira, 28 de outubro de 2011

DEMÉTRIO MAGNOLI

Orlando na Estação Finlândia


A Igreja da Libertação anunciou uma opção preferencial pelos pobres. O PCdoB definiu uma opção preferencial pelo esporte. Brasil afora, nas esferas federal, estadual e municipal, o partido almeja o controle do Ministério e das Secretarias do Esporte. Não é o Homem Novo, mente sã em corpo são, que os comunistas fiéis à herança stalino-maoísta pretendem fabricar. A preferência obsessiva obedece a uma estratégia centralizada de financiamento do aparato partidário com dinheiro público. O jogo funciona assim: os gestores públicos do partido repassam recursos a ONGs de fachada, administradas por militantes subordinados ao partido, que pagam pedágio ao partido. Orlando Silva não é uma ilha isolada, mas apenas o ponto focal de um arquipélago assentado sobre uma vasta plataforma submarina. 

O Ministério do Esporte funciona como duto de desvios ilegais de dinheiro público para recipientes particulares. As eventuais responsabilidades criminais do ministro só podem ser estabelecidas no curso de um processo, mas suas responsabilidades políticas estão à vista de todos. Por menos caíram os ministros Antônio Palocci (PT), Wagner Rossi (PMDB), Pedro Novais (PMDB) e Alfredo Nascimento (PR). Qual é o motivo da longa sobrevida de Orlando Silva? 

O governo cedeu à máfia chamada Fifa no principal, que é a legislação de licitações, mas simula uma resistência em temas periféricos, como a meia-entrada e as proibições estaduais à venda de cerveja nos estádios. O PCdoB e a camarilha de porta-vozes informais financiados pelo lulismo na internet exibem Orlando Silva como um paladino da luta contra Joseph Blatter e seus asseclas nativos. A patética encenação só ilude os tolos: se Dilma Rousseff quisesse proteger a soberania nacional das forças de ocupação da Fifa, bastaria declarar que as leis do País não estão em negociação. 

Agnelo Queiroz comandou o Ministério do Esporte, tendo seu correligionário Orlando Silva como secretário executivo, antes de trocar (ao menos formalmente) o PCdoB pelo PT e se eleger governador do Distrito Federal. Toda a meada do esquema de desvios de recursos, cujas raízes se encontram na gestão de Queiroz, poderia ser desenrolada a partir da demissão do atual ministro. Nos bastidores circulam ameaças de exposição do governador na trama de seu antigo partido. A extensão das repercussões do escândalo é uma causa circunstancial, secundária, da resiliência de Orlando Silva. 

O PT inscreveu-se na paisagem política brasileira como desaguadouro recente da tradição da esquerda. A marca de origem, sua fonte insubstituível de legitimidade, reflete-se na aliança histórica com o PCdoB, o único remanescente significativo da árvore do “socialismo real” no País.

Hoje o PT faz coligações com qualquer partido conservador disposto a intercambiar seu apoio ao projeto de poder petista por cargos no aparato estatal. Contudo, justamente por compartilhar os palácios com Sarney, Barbalho, Calheiros, Collor et caterva, o PT precisa conservar a narrativa mitológica que desempenha funções identitárias cruciais. Os congressos petistas devem mencionar o “socialismo” com ênfase tanto maior quanto mais próximo do grande empresariado estiver o governo. A aliança com o PCdoB deve ser preservada mesmo à custa da imagem de “faxineira da corrupção” construída pela presidente em desgastantes atritos com o PMDB e o PR. As motivações simbólicas são a liga do sólido alicerce que sustenta Orlando Silva. 

Uma conferência estadual do PCdoB no Rio de Janeiro, sexta-feira passada, serviu como palco para a articulação partidária em torno da defesa do ministro. No evento, em meio a cartazes de protesto contra a “mídia golpista”, o presidente do partido, Renato Rabelo, comunicou que recebera um telefonema no qual Lula transmitiu o grito de guerra: “Vocês têm que resistir, o ministro tem que resistir”. O ex-presidente expressou solidariedade prévia a todos os ministros afastados do governo Dilma sob suspeitas de corrupção, mas em nenhum dos casos anteriores operou como agitador público. No affaire Orlando Silva, ele não age em proveito de uma personalidade ou um partido, mas no interesse de um princípio político. 
A corrupção estatal tem a finalidade invariável de produzir fidelidades políticas, soldando um bloco de poder. No Brasil, a corrupção tradicional realiza-se na moldura arcaica do patrimonialismo, transferindo dinheiro dos cidadãos para o patrimônio de particulares. O lulopetismo aprendeu a conviver harmoniosamente com esse padrão de corrupção, mas tende a desprezá-lo. Poucas vozes se ergueram em defesa de Palocci, suspeito de traficar influência para multiplicar seus bens privados. Em compensação, o poder lulopetista estimula uma nova modalidade de corrupção: a transferência de recursos públicos para partidos e entidades que prometem conduzir o povo ao porto do futuro. Segundo a tese implícita, a administração do Estado deve se subordinar ao primado da política, traduzida como um movimento rumo à realização de uma verdade histórica superior. Obviamente, as engrenagens da corrupção de novo tipo também enriquecem operadores tradicionais, mas tal fenômeno é interpretado como um dano colateral indesejável, ainda que inevitável. 

De volta do exílio, em abril de 1917, Lenin desembarcou do vagão de um trem na Estação Finlândia, em Petrogrado, para anunciar a chegada da revolução proletária. Há tempo o PCdoB renunciou de fato ao socialismo.

Entretanto, fatos não importam nos domínios da mitologia política. Numa mensagem à conferência do PCdoB, Orlando Silva mencionou a guerrilha do Araguaia e citou uma carta do poeta stalinista Pablo Neruda ao PC chileno: “Neste momento, me sinto indestrutível, porque contigo, meu partido, não termino em mim mesmo”. O ministro faz parte dos homens da Estação Finlândia. Por isso o lulopetismo tentou declará-lo “indestrutível” e sua demissão decorreu da intervenção do STF.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011



SAIU NA CAPA DA VEJA

O custo da corrupção no Brasil: R$ 82 bilhões por ano!!!

A VEJA desta semana traz uma reportagem de Otávio Cabral e Laura Diniz sobre o custo da corrupção no Brasil: R$ 82 bilhões por ano — ou 2,3% do PIB. É uma soma estratosférica, e isso nos coloca, certamente, entre os países mais corruptos do mundo. Ou melhor: isso coloca o poder público do Brasil entre os mais corruptos do mundo. Leiam um trecho:

(…)

Nos últimos dez anos, segundo estimativas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), foram desviados dos cofres brasileiros R$ 720 bilhões. No mesmo período, a Controladoria-Geral da União fez auditorias em 15.000 contratos da União com estados, municípios e ONGs, tendo encontrado irregularidades em 80% deles. Nesses contratos, a CGU flagrou desvios de R$ 7 bilhões - ou seja, a cada R$ 100 roubados, apenas R$ l é descoberto. Desses R$ 7 bilhões, o governo conseguiu recuperar pouco mais de R$ 500 milhões, o que equivale a 7 centavos revistos para cada R$ 100 reais roubados. Uma pedra de gelo na ponta de um iceberg. Com o dinheiro que escoa a cada ano para a corrupção, que corresponde a 2,3% de todas as riquezas produzidas no país, seria possível erradicar a miséria, elevar a renda per capita em R$ 443 reais e reduzir a taxa de juros.

(…)

As principais causas da corrupção são velhas conhecidas: instituições frágeis, hipertrofia do estado, burocracia e impunidade. O governo federal emprega 90.000 pessoas em cargos de confiança. Nos Estados Unidos, há 9.051. Na Grã-Bretanha, cerca de 300. “Isso faz com que os servidores trabalhem para partidos, e não para o povo, prejudicando severamente a eficiência do estado”, diz Cláudio Weber Abramo, diretor da Transparência Brasil. Há no Brasil 120 milhões de pessoas vivendo exclusivamente de vencimentos recebidos da União, estados ou municípios. A legislação tributária mais injusta e confusa do mundo é o fertilizante que faz brotar uma rede de corruptos em órgãos como a Receita Federal e o INSS. A impunidade reina nos crimes contra a administração pública. Uma análise de processos por corrupção feita pela CGU mostrou que a probabilidade de um funcionário corrupto ser condenado é de menos de 5%. A possibilidade de cumprir pena de prisão é quase zero. A máquina burocrática cresce mais do que o PIB, asfixiando a livre-iniciativa. A corrupção se disfarça de desperdício e se reproduz nos labirintos da burocracia e nas insondáveis trilhas da selva tributária brasileira.

Fonte: Tio Rei

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Margareth Thatcher não estava errada

Para análise e reflexão

Sabe quantos países com governo socialista restam agora em toda a União Européia?

Apenas três:

1. Grécia

2. Portugal

3. Espanha.

Os 3 estão endividados até o pescoço.

Porquê será, hein?

A esquerda não diz que o socialismo é a solução p/ o mundo?

Como bem disse Margaret Thatcher quando 1ª Ministra da Grã-Bretanha:

"o socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros"

A frase abaixo foi dita no ano de 1931, por Adrian Rogers

"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade.

Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber.

O governo não pode dar para alguém aquilo que tira de outro alguém.

Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.

É impossível multiplicar riqueza dividindo-a.”

Adrian Rogers, 1931

sexta-feira, 14 de outubro de 2011



Ética já!

Como diria Martin Luther King: "O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons."

Hoje, o que ocorre é que o cidadão de bem já não aguenta mais tanta corrupção e impunidade. O fato é que pagamos uma das cargas tributárias mais altas do mundo, e a contra partida é pífia. A infraestrutura no país é precária. A saúde pública agoniza, bem como a segurança e a educação. Em paralelo, as manchetes diárias de escândalos de corrupção demonstram que a classe política já não se envergonha mais com tamanha putrefação dos valores éticos e morais. Eles, corruptos, sequer sentem algum remorso. Há sempre um bando de parasitas bajulando corruptos e corruptores. Vivemos uma crise profunda de valores. 

A impressão é que antigamente, a corrupção causava certo espanto. O Collor caiu por um Fiat Elba. Hoje, o mensalão, maior esquema de corrupção nunca antes existente na história deste país, tende a cair na impunidade. Os esquemas de corrupção saltam aos olhos diariamente, centenas, milhares. E se ficamos sabendo da existência deles, não é porque o governo utiliza da transparência na gestão pública, mas sim, porque os dissidentes dos esquemas denunciam a existência dos mesmos. O sujeito acha que está mamando pouco e denuncia. Teve até uma manchete em que uma promotora corrupta entrou na justiça para reaver o montante subtraído. Pode? 

Político usa jatinho de empreiteira e acha o fato normal. E quando a Polícia Federal coloca algema em um corrupto ela é linchada por sensacionalizar o fato. Palhaço é pouco para descrever o cidadão honesto neste país. 

Outro fator absurdo é o injusto pacto federativo, que destina 70% dos impostos pagos nos estados para a esfera federal, privilegiando Brasília com o surreal título de maior renda per capita do país. Mesmo sem a capital federal abrigar setores produtivos da indústria, dos serviços, da agropecuária, tecnologia, trurismo, etc. É o mercado de luxo mais evidente e pujante do país. Ora, Tiradentes deve estar se remoendo no túmulo. Lutou contra a Coroa Portuguesa contra o quinto dos infernos. Hoje, pagamos dois quintos do infernos em extorsivos impostos. Porém, a metrópole já não é mais Portugal, e sim a esfera federal e seus podres poderes que concentram renda e distribuem ineficiência, nepotismo e corrupção. 

O que foi descrito até então é o quadro no Brasil. Porém, felizmente vivemos uma revolução mundial. É a vitória da liberdade. A internet é uma nova forma de comunicação que democratizou os processos. Se antes os veículos de massa atingiam milhares em via de mão única, agora eles coexistem com uma gigantesca rede que permite que qualquer indivíduo coloque suas opiniões, suas ideias, seus valores de forma livre na internet. Foi no Facebook que a Primavera Árabe nasceu. Os protestos em Wall Street também nasceram na internet. E os brasileiros também se mobilizam. Os cidadãos honestos de Brasília, que já não suportam mais ostentar o título de "morador da cidade da corrupção" invadem as ruas para mostrar ao resto do país que nem todo brasiliense é conivente com a roubalheira que paira sobre o Planalto Central. 

E se aqueles que deveriam representar seus eleitores insistem no voto secreto, na manutenção de uma carga tributária sufocante, na impunidade, a sociedade agora tem a internet para se organizar. E a reforma política proposta pelos políticos é uma piada. É como colocar cachorro tomando conta das salsichas. Se hoje somos poucos nas ruas, amanhã seremos muitos. A revolução, pacífica e ordeira está apenas começando. Os parasitas que se cuidem. Quem quiser lidar com dinheiro público deverá ser transparente e responsável. A internet é um caminho sem volta. O projeto Ficha Limpa, iniciativa popular não passou, ainda, pela barreira dos que detêm o monopólio do Estado. Entretanto, fichas sujas que se cuidem. Seu lugar não é gerindo dinheiro público, mas vendo o sol nascer quadrado. A sociedade acordou. Os protestos estão apenas começando. E se acham que vão nos calar com pão e circo (Copa e Olimpíadas), tirem o cavalinho da chuva. Ou matamos esse câncer chamado corrupção, ou esse câncer mata o Brasil. 

Ética já!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

AUGUSTO NUNES

O porão dos fracassos insepultos

Sempre lançados com pompas, fitas e discurseira, sempre atribuídos ao brilho incomparável do inventor do Brasil Maravilha, programas e projetos federais nunca morrem oficialmente. Nunca ─ nem mesmo quando viram cadáveres em adiantado estado de decomposição. É o caso do Fome Zero, do Primeiro Emprego, do PAC da Copa, do PAC da Olimpíada, do Segundo Tempo ou do terceiro aeroporto de São Paulo. Morreram de inépcia, de corrupção, de inoperância, de politicagem, ou da soma dessas moléstias tropicais. Mas permanecem no porão dos fracassos insepultos, para que os brasileiros que pagam todas as contas não enxerguem os naufrágios que financiaram.

Na edição desta terça-feira, uma reportagem do Globo comprovou que a coleção de mortos-vivos foi ampliada pelo ProJovem. Nascido em 2007, o programa foi apresentado pelo presidente Lula ─ escoltado pelos ministros Fernando Haddad, Carlos Lupi e, claro, Dilma Rousseff ─ como a salvação dos moços à procura de escola e emprego. Passados quatro anos, o Tribunal de Contas da União fez um balanço do desastre retumbante. Ainda incompleto, é desoladoramente repulsivo. Variadas formas de ladroagem engoliram a maior parte da verba de R$ 3 bilhões. O número de jovens atendidos é insuficiente para eleger um deputado em Roraima. Em vez de providenciar-lhe um enterro cristão, o governo promete ressuscitar o morto em 2012. Com injeções de dinheiro, naturalmente.

Os corruptos não perdem o apetite, confirma o texto reproduzido na seção Feira Livre. Os brasileiros honestos é que precisam perder a paciência com a impunidade dos ladrões.

Fonte: Veja