quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A sexta maior do mundo!

A sexta maior do mundo!


por Rodrigo Constantino

A notícia levou os nacionalistas ao delírio: a economia brasileira, medida pelo imperfeito PIB, ultrapassou a do Reino Unido e assumiu a sexta posição no ranking mundial. Não é fantástico? Somos mais ricos que os ingleses! Ou será que não é bem assim?

Na verdade, não é nada assim. E por vários motivos. Em primeiro lugar, o “detalhe” mais óbvio, que até uma pequena criança é capaz de compreender: o Reino Unido produz aquele valor de bens e serviços com pouco mais de 60 milhões de habitantes, enquanto o Brasil produz seu PIB com cerca de 200 milhões. Em outras palavras, a produção per capita dos brasileiros ainda é bem menor do que a dos ingleses, e isso é muito mais relevante que o valor absoluto. Afinal, já passamos o PIB da Suíça, com seus 7,6 milhões de habitantes, faz tempo, e não creio que devemos soltar fogos de artifício por conta disso.

Mas não é apenas isso. O PIB mede um fluxo de produção a valor corrente, e isso depende de muitos fatores, tais como a taxa de câmbio e o preço das commodities, quando se trata de um país com relevante exportação de bens básicos como o Brasil. A Inglaterra está passando por uma dolorosa fase de ajustes, com retração econômica e desvalorização de sua moeda. Os países emergentes, especialmente aqueles com fartos recursos naturais como o Brasil, estão com outra dinâmica, crescendo mais e vendo suas moedas se valorizarem.

O governo Dilma não tem mérito pelo que se passa no Chile ou na Austrália, evidentemente. O Brasil, para falar a verdade, cresce aquém de seus pares. E não deixa de ser curioso que o governo tente jogar a culpa da queda do crescimento brasileiro na crise mundial, ao passo que evita reconhecer o crédito da pujança global, particularmente a chinesa, pela fase de maior crescimento econômico aqui. Dois pesos, duas medidas.

Fora isso, outros indicadores devem ser levados em conta para se medir (ou tentar medir) o sucesso de uma sociedade. O IDH é um deles, ainda que também bastante imperfeito. Mas não é preciso ir tão longe. Basta olhar ao redor do país e ver a quantidade de miséria, de favelas, a criminalidade, a infraestrutura caótica, a concentração ilegítima de renda graças aos privilégios do governo, a corrupção, a impunidade, para notar que apenas nacionalistas muito bobocas celebram um dado tão insignificante como este.

Sim, somos o sexto PIB do mundo. Sim, passamos o PIB do Reino Unido. E daí? Com tantos problemas que nos saltam aos olhos diariamente, é o caso de perguntar: Who cares?! Alguém aí melhorou de vida após saber desta notícia? Então que tal voltarmos nossa atenção para a imensa quantidade de problemas que temos de resolver para tornar o Brasil um país melhor, mais próspero, livre e justo? Podemos começar com a questão da impunidade, crucial para nosso futuro. Alguém viu Fernando Pimentel por aí? A propaganda estatal sobre o PIB acima do inglês é apenas “para inglês ver” – ou, no caso, para nacionalistas ingênuos acreditarem que isso muda muita coisa.

Fonte: Rodrigo Constantino 

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011


Papai Noel acredita em Pimentel
Por Guilherme Fiúza para a Revista Época

A presidente Dilma Rousseff não esqueceu os brasileiros neste Natal. Preparou-lhes uma surpresa, presenteando-os com uma pérola: a revelação de que o ex-ministro Antonio Palocci saiu do governo porque quis. Foi emocionante a presidente ter guardado essa joia para o fim do ano. O país passou mais da metade de 2011 achando que Palocci tinha caído da Casa Civil porque enriqueceu fazendo tráfico de influência. Engano. Ele "quis sair", informou Dilma. Ou seja: por ela, Palocci ficava. Sem preconceito.


Ainda bem que o Brasil é tolerante, cordial, gente boa. E lida bem com uma presidente que não tem preconceito contra consultorias milionárias de seus auxiliares. Palocci faturou R$ 20 milhões só em 2010, quando coordenava a campanha da sucessora de Lula, cotado para superministro dela (o que se concretizou no ano seguinte). Uma arrecadação muito superior à das mais conceituadas empresas do mercado. Ninguém achou que essa façanha se devesse ao charme do consultor – e Palocci deixou o ministério.

Agora, Dilma diz que ele poderia ter ficado, se quisesse. Ou seja: diz que o jeito Palocci de enriquecer à sombra do poder está o.k. Se o Brasil não fosse magnânimo e cuca fresca, a presidente da República estaria, neste momento, tendo de se explicar ao Ministério Público e ao Congresso Nacional. Sua idoneidade para o exercício da função estaria em xeque.

Mas Dilma está comendo rabanada. Em vez de colocá-la em xeque, o Brasil deu-lhe um cheque – em branco, para bancar a sobrevivência de outro companheiro consultor, o ministro Fernando Pimentel. Se Palocci faturou R$ 20 milhões e saiu porque quis, Pimentel, que faturou R$ 2 milhões, pode considerar o Ministério do Desenvolvimento praticamente um lar. Só sai de lá por motivo de tédio profundo. O Brasil cordial sancionou seus métodos.

Felizmente chegou o Natal – e o companheiro consultor ganhou um presentão neste fim de ano

Além de declarar que o novo milionário Palocci não é mais ministro porque não quer, Dilma Rousseff afirmou que a consultoria de Fernando Pimentel "não tem nada a ver" com seu governo. Pura modéstia. Mesmo não tendo todo o charme de Palocci, Pimentel também chegou a uma arrecadação formidável. Fez seu primeiro milhão com um único e certeiro palpite sobre a conjuntura para a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). Tanta virtude assim, e tão bem paga, é o que distingue um consultor comum de um consultor bem relacionado. A Fiemg teria economistas melhores para contratar, mas nenhum com a graduação de Pimentel nos corações de Lula e Dilma. Que outro consultor decolaria tão rapidamente para a coordenação da campanha presidencial, e em seguida para a Esplanada dos Ministérios?

De consultor privado da indústria, Fernando Pimentel passou a gestor público da indústria. Se o leitor ficar confuso sobre quem é cliente de quem nessa história, esqueça. Clientela é assunto particular, como explicou Dilma, ao considerar "estranho que o ministro preste satisfações ao Congresso de sua vida privada".

Palocci não revelou até hoje os clientes que fizeram dele um milionário instantâneo. Esses consultores diferenciados não têm culpa se o poder político, a influência governamental e as informações de Estado invadem sua vida privada. Se a papelada do consultor e a do político dormem na mesma gaveta ou não, é questão de foro íntimo. O foro da consultoria de Pimentel à Fiemg era tão íntimo que ninguém consegue saber que serviço, afinal, foi prestado. Não há contrato ou qualquer tipo de registro do trabalho do consultor. O contratante, ex-presidente da entidade, informou que o contratado fez palestras nas seções regionais pelo interior do Estado. Mas não há uma testemunha sequer desses eventos. Talvez tenham sido palestras de foro íntimo.

Felizmente chegou o Natal. E Papai Noel, que não só existe, como acredita em Pimentel, lhe trouxe um presentão: uma pesquisa de opinião mostrando a aprovação a Dilma superior à de Lula no primeiro ano de governo. Um empurrãozinho a mais para a presidente segurar o emprego do amigo. Por uma dessas coincidências da vida, o contratante da consultoria de Pimentel em 2009 é o mesmo contratante dessa providencial pesquisa de opinião. E daí? Ninguém tem nada com isso. O governo é público, mas os governantes, pelo visto, são privados.
A história soviética
por Equipe IMB para o Instituto Ludwig von Mises Brasil

Há exatos 20 anos, no dia 26/12/1991, esfacelava-se o regime mais tirânico e homicida da história: o regime comunista soviético. Após tímidas medidas de abertura, iniciadas por Mikhail Gorbachev, o sistema não mais suportou todas as suas contradições internas e, impulsionado por uma enorme insatisfação impopular, pelo caos, pela fome e pelo total empobrecimento do seu povo, o inevitável resultado final foi o colapso seguido pela deintegração. (Veja toda a sequência em detalhes aqui).

Essa desintegração do comunismo soviético não apenas representou um passo incalculável rumo à liberdade, pois libertou da opressão e da tirania milhões de pessoas, como também teve uma importância fundamental no campo da teoria econômica: o colapso da URSS demonstrou de maneira cabal a validade da teoria de Mises, explicitada ainda em 1920, a respeito da impossibilidade do socialismo.

Porém, quem não conhece a história está condenado a repeti-la, já diz o sábio ditado. Infelizmente, apenas teorias não são suficientes para convencer as pessoas sobre o quão perverso e diabólico é o comunismo, e o quão imoral é defendê-lo; muitas vezes são necessários relatos e imagens para ilustrar o quão abominável e execrável é esse regime.

Especialmente agora que estamos vivendo em uma época em que intelectuais, professores universitários e até mesmo a mídia estão acalentando com profunda intensidade ideias abertamente socialistas, nunca é demais ressuscitar e relembrar vivamente todos as "façanhas" do marxismo na URSS, pois elas ilustram vivamente tudo o que inevitavelmente acontece a uma sociedade quando o socialismo é imposto. Como explicou George Reisman:

Mesmo que um governo genuinamente socialista fosse eleito democraticamente, seu primeiro ato de governo ao implantar o socialismo teria de ser um ato de enorme violência, qual seja, a expropriação a força dos meios de produção.

A eleição democrática de um governo socialista não alteraria o fato de que o confisco de propriedade contra a vontade dos proprietários é um ato de força. Uma expropriação à força da propriedade baseada no voto democrático é tão pacífica quanto um linchamento também baseado no voto. Trata-se de uma violação primordial dos direitos individuais. A única maneira de o socialismo realmente ser implantado por meios pacíficos seria com os donos de propriedade voluntariamente doando sua propriedade ao estado socialista. Porém, pense nisso. Se o socialismo tivesse de esperar que os donos de propriedade doassem voluntariamente sua propriedade para o estado, este certamente teria de esperar para sempre. Logo, se o socialismo tem de ser implementado, então ele só pode existir por meio da força — e força aplicada em escala maciça, contra toda a propriedade privada.

O socialismo necessariamente deve começar com um enorme ato de confisco. Aqueles que querem seriamente roubar devem estar preparados para matar aqueles a quem eles planejam roubar.

A seguir, aquele que provavelmente é o melhor (e mais chocante) documentário sobre a história da União Soviética (The Soviet Story), com legendas em português. Veja-o e entenda por que é absolutamente imoral ter sequer a mais mínima simpatia por esse regime.

À ala jovem que nos lê, sugerimos enviar esse vídeo como presente de Natal aos seus queridos professores de História e Geografia. À ala universitária, enviem-no aos líderes de seus DA e DCE.



















Fonte: Instituto Ludwig von Mises Brasil

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011



Liberais, uni-vos!


Rodrigo Constantino *
 
"Sou chamado a responder rotineiramente a duas perguntas. A primeira é 'haverá saída para o Brasil?'. A segunda é ' que fazer?'. Respondo àquela dizendo que há três saídas: o aeroporto do Galeão, o de Cumbica e o liberalismo. A resposta à segunda pergunta é aprendermos de recentes experiências alheias." (Roberto Campos)
 
O Brasil não precisa reinventar a roda. Claro que particularidades culturais demandarão alguns ajustes no modelo. Mas podemos observar as experiências alheias e aprender com elas. Acima de tudo, sabemos o que não funciona, o que já é meio caminho andado. Experimentamos inúmeras receitas no passado, todas elas derivadas, de alguma forma, da mentalidade coletivista que delega ao governo responsabilidade pelo progresso. Falhamos.

Está mais que na hora de mudar o rumo do país. Nós, liberais, não devemos ter medo de defender aquilo que acreditamos ser o modelo mais eficiente e justo. Não podemos sucumbir à pressão de grupo, à ditadura do politicamente correto. O Brasil precisa de pensadores, de formadores de opinião, sem medo de expor suas crenças. O debate precisa se pautar por argumentos sólidos, por teorias robustas e por casos empíricos bem analisados. E o liberalismo possui larga vantagem sobre qualquer modelo alternativo nesses quesitos.

O que falta, talvez, é melhorar a comunicação com o público maior, saber “vender” de forma mais eficiente a ideia. Os liberais não devem, por exemplo, ignorar as emoções só porque pensam estar do lado da razão. Seres humanos se mobilizam por diversos fatores, e as emoções talvez sejam os mais relevantes. O liberalismo precisa conquistar as mentes e também as almas, evitando dogmatismos. Liberalismo não é seita.

Sabemos que a luta é desigual, pois os coletivistas apelam às emoções mais instintivas e tribais dos homens, muitas vezes de forma pérfida. Mas não podemos desistir da luta só porque o desafio é enorme. Isso seria perder a guerra na largada. E os pilares da civilização não são tão fortes como alguns gostariam de crer. Sem um trabalho incessante daqueles dispostos a manter acesa a chama da liberdade, séculos de civilização podem ruir em poucos anos e a barbárie triunfar.

Se isso é possível – e a história mostra que é – mesmo nas civilizações mais avançadas, o que dizer do caso brasileiro, onde a tradição cultural passa longe dos mais básicos valores liberais? O esforço aqui deve ser redobrado. Ainda estamos nos estágios preliminares, tentando justamente construir os pilares civilizacionais. Os obstáculos são gigantescos. Os grupos de interesses ameaçados pela mudança do status quo vão reagir. E, ainda mais importante, a maioria, imbuída de crenças coletivistas, com forte rejeição ao livre mercado, aos empresários e até ao lucro, vai demonstrar resistência às mudanças também.

Cabe aos liberais exercitar seu poder de persuasão, aprofundar seus argumentos e embalar melhor seu conteúdo. De nada vai adiantar culpar os outros pelo fracasso da empreitada, se ele ocorrer. É preciso lutar sem esmorecer. É necessário vencer, pelo futuro de nossos filhos e netos, que merecem viver em um país mais próspero, livre e justo. A saída é o liberalismo, ou então o aeroporto. Eu escolhi ficar e lutar. Espero contar com a ajuda de todos os outros simpatizantes dos valores liberais.
 
* Epílogo do meu novo livro, LIBERAL COM ORGULHO
 
Fonte: Rodrigo Constantino

sábado, 3 de dezembro de 2011




Atenção STF: Se acabar em Pizza como quer o Dirceu, o Brasil entrará para história como uma nação que não é séria, que é conivente com a corrupção, com a maracutaia, com a falcatrua, com o desrespeito ao erário e ao cidadão.