O patrimônio da família Kirchner aumentou de cerca de 7 milhões de pesos argentinos para aproximadamente 82 milhões de pesos argentinos (3 milhões a 35 milhões de reais), entre 2003 e 2011, segundo matéria publicada nesta segunda-feira pelo jornal argentino La Nación.
Segundo o jornal, que cita números apresentados apresentados pelos Kirchner à Secretaria Anticorrupção, o patrimônio de 89,3 milhões de pesos argentinos é reduzido por uma dívida de quase 7 milhões contraída com uma empresa da qual a presidente Cristina Kirchner é acionista, a companhia que controla um hotel de luxo na Patagônia. O patrimônio inclui 12 apartamentos, seis casas, seis terrenos, ações e depósitos em dinheiro, entre outros bens.
A publicação afirma que o patrimônio seria ainda maior se os imóveis fossem declarados com o preço atual de mercado – algumas residências em Río Gallegos, região natal da família, foram declaradas com valores entre 4 mil e 5 mil pesos argentinos (algo entre 1,72 mil e 2,15 mil reais).
O grande salto no patrimônio dos Kirchner foi registrado em 2008, aponta o jornal. Naquele ano [primeiro do primeiro mandato de Cristina como presidente] o casal passou a declarar 63,5 milhões (contra 26,5 milhões do ano anterior).
Desse total, 14 milhões resultaram da venda de propriedades que antes haviam sido declaradas a preços irrisórios. Foi também o período em que foram criadas as duas empresas dedicadas ao ramo da hotelaria.
A maioria das propriedades foi adquirida entre os anos de 1977 e 1982, durante a ditadura militar, quando estudavam direito. Os Kirchner eram representantes de bancos e financeiras dedicadas a realizar cobranças extrajudiciais, lembra o La Nación.
O patrimônio cresceu de maneira exponencial graças aos dividendos provenientes das propriedades do casal, principalmente oriundos de aluguel. Durante o governo de Néstor Kirchner, o casal adquiriu 18 propriedades em Santa Cruz [província do sul da qual Río Gallegos é a capital].
Meses antes das eleições de 2007, quando Cristina sucedeu o marido, outros dez apartamentos foram comprados pelo casal em Río Gallegos. Pouco depois das eleições, 14 imóveis foram vendidos.
Em uma palestra em Harvard, em outubro, ao ser questionada sobre o aumento de seu patrimônio [algo dificílimo de ocorrer em seu país, porque Cristina não concede entrevistas à imprensa], a presidente disse que ele resulta de seu passado como “advogada de sucesso” e de seu presente como “mandatária de sucesso”.
Enquanto isso, censura à imprensa e nas ruas, "panelaço", inflação galopante, desabastecimento, aumento do desemprego e greves gerais assolam o país:
INSATISFEITOS -- "Basta de mentiras, K", lê-se no cartaz da manifestante em panelaço do dia 13 passado, em Buenos Aires. A letra "K" é uma referência ao sobrenome da presidente Cristina Kirchner
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