segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Odair Cunha, o estafeta da turma da vendeta, está isolado; só petistas aceitam aprovar suas insanidades


O relator da CPI do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG), está de parabéns! Raramente se viu tamanho isolamento de alguém na sua função. Exceção feita aos petistas, ninguém aceita aprovar o seu relatório insano. Entre servir ao país e se comportar como mero estafeta dos petistas que querem vingança, fez a escolha errada — ou “certa”, quando se é do partido…
Nunca se viu nada assim. O pedido de indiciamento do jornalista Policarpo Júnior, da VEJA, por exemplo, foi decidido pelo comando do PT — por gente que nem mesmo participou da comissão. Júnior não foi nem investigado nem ouvido. O partido também exigiu que Roberto Gurgel fosse incluindo no relatório. Nos bastidores, Cunha admite que se comporta mesmo como pau-mandado. É um escracho e um acinte.
Leiam o que informa Chico Gois, no Globo:
A CPI do Cachoeira corre o risco de chegar ao fim sem ter um relatório aprovado. Integrantes da comissão, de todos os partidos, demonstram, em público e nos bastidores, que se sentem incomodados com o texto final preparado pelo relator, o deputado Odair Cunha (PT-MG). Alguns argumentam que não concordam com o indiciamento do jornalista Policarpo Júnior, da “Veja”, nem com investigação sobre atos do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Outros, sem alarde, discordam do indiciamento de Fernando Cavendish, ex-dono da construtora Delta, embora, publicamente, digam o contrário. Líderes do PMDB diziam que o partido votará contra o relatório.
Nesta quinta-feira, Odair Cunha — que acrescentou os pontos polêmicos em seu parecer após sofrer pressão da cúpula do PT — percebeu que uma maioria se formava na CPI contra seu texto. Por isso, pediu o adiamento da leitura para a próxima quarta-feira. Disse que desejava dialogar com seus colegas para que o relatório reflita o pensamento da maioria da comissão. Mas observou: “Tenho limites no diálogo”.
Disse que está disposto a retirar nomes ou incluir outros, sem citar nomes. A decisão do adiamento da leitura do relatório final surpreendeu os parlamentares. Ao chegar à CPI, Odair Cunha disse que leria o documento. Depois, ausentou-se por cerca de 20 minutos e, na volta, anunciou sua intenção.
“Estamos trabalhando para derrotar o parecer do relator. Este relatório não dá para salvar”, disse o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ). O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) já adiantou que votará contra o parecer de Odair Cunha: “Devíamos aprofundar as investigações, a quebra de sigilos. É um relatório insano”.
Na avaliação de alguns parlamentares, mesmo que Odair Cunha retire as menções ao jornalista e ao procurador-geral, haverá dificuldades para votar o parecer. Um deputado, que não quis se identificar, disse que alguns de seus colegas viram no indiciamento de Policarpo e no pedido de investigação contra Gurgel a desculpa para votar contra o relatório, embora o que desejam impedir é o indiciamento de Cavendish.
Os parlamentares que conversaram com o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), foram orientados a não apoiar o relatório. A alegação é que o partido foi surpreendido pelo teor do texto e não foi consultado sobre o indiciamento do ex-dono da Delta. O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) discordou do adiamento: “A investigação foi pessoal, direcionada e restrita. Só foram poupados os aliados, e atacados com veemência aqueles que a sanha persecutória do ex-presidente Lula determinou. Vamos adiar por quê? Não tem segurança para lê-lo?”
(…)


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