Vivo num país muito esquisito. Há algum tempo tenho acompanhado dois comerciais que me surpreendem por motivos diferentes (ou, quem sabe, são os mesmos motivos?). Um deles é o da NET, onde o garoto-propaganda cita todas as vantagens de se ser afiliado à empresa, sempre entremeando suas falas com um: “E não sou eu que tô dizendo isso”. Na última dessas frases, uma voz em off responde: “É a NET”, seguida da pergunta do apresentador: “É você?”. Em resposta, a voz diz “Sim, sou eu. O locutor. Com eco”. Na segunda versão do comercial, a mesma situação se repete, com a diferença que à pergunta “É você, locutor com eco?”, vem a resposta sonora: “Não”, com a clara sugestão de ser Deus. Esse último não está mais sendo veiculado. Um pouco depois, a Vivo lançou três versões de sua campanha publicitária. Na primeira, que não está mais sendo veiculada por, provavelmente, não fazer mais sentido, um casal está numa sapataria, e a mulher distrai o vendedor, perguntando se eles vendem sapatos, enquanto o marido usa o wi-fi da loja, evidentemente sem permissão, já que o serviço costuma ser oferecido somente aos clientes. Quando o marido encontra o que estava procurando, informa à mulher que já acabou. Ela, com um sorriso nos lábios, diz ao vendedor: “Obrigado, querido. Era só isso mesmo.” Na segunda versão, a mesma cena se repete, mas agora o marido recarrega o celular, também sem autorização. Quando o vendedor percebe que é o mesmo casal, a mulher, para explicar que já não são mais o casal antigo que roubava sinal, descreve as vantagens de se ter um “Combo” da VIVO, que eles agora têm. Na terceira versão, são os filhos que entram em cena, em um pet shop, com a menina perguntando ao vendedor se eles vendem cachorro, se os animais já vem com o rabo, etc., enquanto o irmão rouba o sinal do estabelecimento. Então a mãe entra dizendo: “Filho, filha, vocês não precisam mais usar o sinal dos outros...” (Será que quando precisarem terão autorização parental pra continuar fazendo?) O que me deixa perplexa é que, no caso da NET, um comercial é vetado não por motivos éticos, mas sim hipocritamente religiosos. No outro caso, da VIVO, o que realmente fere a nossa sociedade, naquilo que, suponho, seja o bem mais precioso de uma nação (a ética), e que vivemos reclamando dos senhores Congressistas (pela falta dela), é mostrado ao público como algo engraçado e sinônimo de esperteza. Suponho que continuem porque façam sucesso. Talvez porque seja a cara do nosso povo. Será que a perplexidade é só minha?
Vivo num país muito esquisito. Há algum tempo tenho acompanhado dois comerciais que me surpreendem por motivos diferentes (ou, quem sabe, são os mesmos motivos?). Um deles é o da NET, onde o garoto-propaganda cita todas as vantagens de se ser afiliado à empresa, sempre entremeando suas falas com um: “E não sou eu que tô dizendo isso”. Na última dessas frases, uma voz em off responde: “É a NET”, seguida da pergunta do apresentador: “É você?”. Em resposta, a voz diz “Sim, sou eu. O locutor. Com eco”. Na segunda versão do comercial, a mesma situação se repete, com a diferença que à pergunta “É você, locutor com eco?”, vem a resposta sonora: “Não”, com a clara sugestão de ser Deus. Esse último não está mais sendo veiculado. Um pouco depois, a Vivo lançou três versões de sua campanha publicitária. Na primeira, que não está mais sendo veiculada por, provavelmente, não fazer mais sentido, um casal está numa sapataria, e a mulher distrai o vendedor, perguntando se eles vendem sapatos, enquanto o marido usa o wi-fi da loja, evidentemente sem permissão, já que o serviço costuma ser oferecido somente aos clientes. Quando o marido encontra o que estava procurando, informa à mulher que já acabou. Ela, com um sorriso nos lábios, diz ao vendedor: “Obrigado, querido. Era só isso mesmo.” Na segunda versão, a mesma cena se repete, mas agora o marido recarrega o celular, também sem autorização. Quando o vendedor percebe que é o mesmo casal, a mulher, para explicar que já não são mais o casal antigo que roubava sinal, descreve as vantagens de se ter um “Combo” da VIVO, que eles agora têm. Na terceira versão, são os filhos que entram em cena, em um pet shop, com a menina perguntando ao vendedor se eles vendem cachorro, se os animais já vem com o rabo, etc., enquanto o irmão rouba o sinal do estabelecimento. Então a mãe entra dizendo: “Filho, filha, vocês não precisam mais usar o sinal dos outros...” (Será que quando precisarem terão autorização parental pra continuar fazendo?) O que me deixa perplexa é que, no caso da NET, um comercial é vetado não por motivos éticos, mas sim hipocritamente religiosos. No outro caso, da VIVO, o que realmente fere a nossa sociedade, naquilo que, suponho, seja o bem mais precioso de uma nação (a ética), e que vivemos reclamando dos senhores Congressistas (pela falta dela), é mostrado ao público como algo engraçado e sinônimo de esperteza. Suponho que continuem porque façam sucesso. Talvez porque seja a cara do nosso povo. Será que a perplexidade é só minha?
Vivo num país muito esquisito. Há algum tempo tenho acompanhado dois comerciais que me surpreendem por motivos diferentes (ou, quem sabe, são os mesmos motivos?). Um deles é o da NET, onde o garoto-propaganda cita todas as vantagens de se ser afiliado à empresa, sempre entremeando suas falas com um: “E não sou eu que tô dizendo isso”. Na última dessas frases, uma voz em off responde: “É a NET”, seguida da pergunta do apresentador: “É você?”. Em resposta, a voz diz “Sim, sou eu. O locutor. Com eco”. Na segunda versão do comercial, a mesma situação se repete, com a diferença que à pergunta “É você, locutor com eco?”, vem a resposta sonora: “Não”, com a clara sugestão de ser Deus. Esse último não está mais sendo veiculado. Um pouco depois, a Vivo lançou três versões de sua campanha publicitária. Na primeira, que não está mais sendo veiculada por, provavelmente, não fazer mais sentido, um casal está numa sapataria, e a mulher distrai o vendedor, perguntando se eles vendem sapatos, enquanto o marido usa o wi-fi da loja, evidentemente sem permissão, já que o serviço costuma ser oferecido somente aos clientes. Quando o marido encontra o que estava procurando, informa à mulher que já acabou. Ela, com um sorriso nos lábios, diz ao vendedor: “Obrigado, querido. Era só isso mesmo.” Na segunda versão, a mesma cena se repete, mas agora o marido recarrega o celular, também sem autorização. Quando o vendedor percebe que é o mesmo casal, a mulher, para explicar que já não são mais o casal antigo que roubava sinal, descreve as vantagens de se ter um “Combo” da VIVO, que eles agora têm. Na terceira versão, são os filhos que entram em cena, em um pet shop, com a menina perguntando ao vendedor se eles vendem cachorro, se os animais já vem com o rabo, etc., enquanto o irmão rouba o sinal do estabelecimento. Então a mãe entra dizendo: “Filho, filha, vocês não precisam mais usar o sinal dos outros...” (Será que quando precisarem terão autorização parental pra continuar fazendo?) O que me deixa perplexa é que, no caso da NET, um comercial é vetado não por motivos éticos, mas sim hipocritamente religiosos. No outro caso, da VIVO, o que realmente fere a nossa sociedade, naquilo que, suponho, seja o bem mais precioso de uma nação (a ética), e que vivemos reclamando dos senhores Congressistas (pela falta dela), é mostrado ao público como algo engraçado e sinônimo de esperteza. Suponho que continuem porque façam sucesso. Talvez porque seja a cara do nosso povo. Será que a perplexidade é só minha?
3 comentários:
Vivo num país muito esquisito.
Há algum tempo tenho acompanhado dois comerciais que me surpreendem por motivos diferentes (ou, quem sabe, são os mesmos motivos?).
Um deles é o da NET, onde o garoto-propaganda cita todas as vantagens de se ser afiliado à empresa, sempre entremeando suas falas com um: “E não sou eu que tô dizendo isso”. Na última dessas frases, uma voz em off responde: “É a NET”, seguida da pergunta do apresentador: “É você?”. Em resposta, a voz diz “Sim, sou eu. O locutor. Com eco”.
Na segunda versão do comercial, a mesma situação se repete, com a diferença que à pergunta “É você, locutor com eco?”, vem a resposta sonora: “Não”, com a clara sugestão de ser Deus. Esse último não está mais sendo veiculado.
Um pouco depois, a Vivo lançou três versões de sua campanha publicitária.
Na primeira, que não está mais sendo veiculada por, provavelmente, não fazer mais sentido, um casal está numa sapataria, e a mulher distrai o vendedor, perguntando se eles vendem sapatos, enquanto o marido usa o wi-fi da loja, evidentemente sem permissão, já que o serviço costuma ser oferecido somente aos clientes. Quando o marido encontra o que estava procurando, informa à mulher que já acabou. Ela, com um sorriso nos lábios, diz ao vendedor: “Obrigado, querido. Era só isso mesmo.”
Na segunda versão, a mesma cena se repete, mas agora o marido recarrega o celular, também sem autorização. Quando o vendedor percebe que é o mesmo casal, a mulher, para explicar que já não são mais o casal antigo que roubava sinal, descreve as vantagens de se ter um “Combo” da VIVO, que eles agora têm.
Na terceira versão, são os filhos que entram em cena, em um pet shop, com a menina perguntando ao vendedor se eles vendem cachorro, se os animais já vem com o rabo, etc., enquanto o irmão rouba o sinal do estabelecimento. Então a mãe entra dizendo: “Filho, filha, vocês não precisam mais usar o sinal dos outros...” (Será que quando precisarem terão autorização parental pra continuar fazendo?)
O que me deixa perplexa é que, no caso da NET, um comercial é vetado não por motivos éticos, mas sim hipocritamente religiosos. No outro caso, da VIVO, o que realmente fere a nossa sociedade, naquilo que, suponho, seja o bem mais precioso de uma nação (a ética), e que vivemos reclamando dos senhores Congressistas (pela falta dela), é mostrado ao público como algo engraçado e sinônimo de esperteza.
Suponho que continuem porque façam sucesso. Talvez porque seja a cara do nosso povo.
Será que a perplexidade é só minha?
Vivo num país muito esquisito.
Há algum tempo tenho acompanhado dois comerciais que me surpreendem por motivos diferentes (ou, quem sabe, são os mesmos motivos?).
Um deles é o da NET, onde o garoto-propaganda cita todas as vantagens de se ser afiliado à empresa, sempre entremeando suas falas com um: “E não sou eu que tô dizendo isso”. Na última dessas frases, uma voz em off responde: “É a NET”, seguida da pergunta do apresentador: “É você?”. Em resposta, a voz diz “Sim, sou eu. O locutor. Com eco”.
Na segunda versão do comercial, a mesma situação se repete, com a diferença que à pergunta “É você, locutor com eco?”, vem a resposta sonora: “Não”, com a clara sugestão de ser Deus. Esse último não está mais sendo veiculado.
Um pouco depois, a Vivo lançou três versões de sua campanha publicitária.
Na primeira, que não está mais sendo veiculada por, provavelmente, não fazer mais sentido, um casal está numa sapataria, e a mulher distrai o vendedor, perguntando se eles vendem sapatos, enquanto o marido usa o wi-fi da loja, evidentemente sem permissão, já que o serviço costuma ser oferecido somente aos clientes. Quando o marido encontra o que estava procurando, informa à mulher que já acabou. Ela, com um sorriso nos lábios, diz ao vendedor: “Obrigado, querido. Era só isso mesmo.”
Na segunda versão, a mesma cena se repete, mas agora o marido recarrega o celular, também sem autorização. Quando o vendedor percebe que é o mesmo casal, a mulher, para explicar que já não são mais o casal antigo que roubava sinal, descreve as vantagens de se ter um “Combo” da VIVO, que eles agora têm.
Na terceira versão, são os filhos que entram em cena, em um pet shop, com a menina perguntando ao vendedor se eles vendem cachorro, se os animais já vem com o rabo, etc., enquanto o irmão rouba o sinal do estabelecimento. Então a mãe entra dizendo: “Filho, filha, vocês não precisam mais usar o sinal dos outros...” (Será que quando precisarem terão autorização parental pra continuar fazendo?)
O que me deixa perplexa é que, no caso da NET, um comercial é vetado não por motivos éticos, mas sim hipocritamente religiosos. No outro caso, da VIVO, o que realmente fere a nossa sociedade, naquilo que, suponho, seja o bem mais precioso de uma nação (a ética), e que vivemos reclamando dos senhores Congressistas (pela falta dela), é mostrado ao público como algo engraçado e sinônimo de esperteza.
Suponho que continuem porque façam sucesso. Talvez porque seja a cara do nosso povo.
Será que a perplexidade é só minha?
Vivo num país muito esquisito.
Há algum tempo tenho acompanhado dois comerciais que me surpreendem por motivos diferentes (ou, quem sabe, são os mesmos motivos?).
Um deles é o da NET, onde o garoto-propaganda cita todas as vantagens de se ser afiliado à empresa, sempre entremeando suas falas com um: “E não sou eu que tô dizendo isso”. Na última dessas frases, uma voz em off responde: “É a NET”, seguida da pergunta do apresentador: “É você?”. Em resposta, a voz diz “Sim, sou eu. O locutor. Com eco”.
Na segunda versão do comercial, a mesma situação se repete, com a diferença que à pergunta “É você, locutor com eco?”, vem a resposta sonora: “Não”, com a clara sugestão de ser Deus. Esse último não está mais sendo veiculado.
Um pouco depois, a Vivo lançou três versões de sua campanha publicitária.
Na primeira, que não está mais sendo veiculada por, provavelmente, não fazer mais sentido, um casal está numa sapataria, e a mulher distrai o vendedor, perguntando se eles vendem sapatos, enquanto o marido usa o wi-fi da loja, evidentemente sem permissão, já que o serviço costuma ser oferecido somente aos clientes. Quando o marido encontra o que estava procurando, informa à mulher que já acabou. Ela, com um sorriso nos lábios, diz ao vendedor: “Obrigado, querido. Era só isso mesmo.”
Na segunda versão, a mesma cena se repete, mas agora o marido recarrega o celular, também sem autorização. Quando o vendedor percebe que é o mesmo casal, a mulher, para explicar que já não são mais o casal antigo que roubava sinal, descreve as vantagens de se ter um “Combo” da VIVO, que eles agora têm.
Na terceira versão, são os filhos que entram em cena, em um pet shop, com a menina perguntando ao vendedor se eles vendem cachorro, se os animais já vem com o rabo, etc., enquanto o irmão rouba o sinal do estabelecimento. Então a mãe entra dizendo: “Filho, filha, vocês não precisam mais usar o sinal dos outros...” (Será que quando precisarem terão autorização parental pra continuar fazendo?)
O que me deixa perplexa é que, no caso da NET, um comercial é vetado não por motivos éticos, mas sim hipocritamente religiosos. No outro caso, da VIVO, o que realmente fere a nossa sociedade, naquilo que, suponho, seja o bem mais precioso de uma nação (a ética), e que vivemos reclamando dos senhores Congressistas (pela falta dela), é mostrado ao público como algo engraçado e sinônimo de esperteza.
Suponho que continuem porque façam sucesso. Talvez porque seja a cara do nosso povo.
Será que a perplexidade é só minha?
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