JOSÉ DIRCEU
Chefe da quadrilha ataca: "Luta moralista contra a corrupção"
Por Reinlado Azevedo
A Juventude do PT fez seu Segundo Congresso em Brasília. “Juventude” e “PT”, juntos, formam um oximoro e tanto! Ou se é petista ou se é jovem. Por que digo isso? Porque não há nada na política brasileira que seja mais velho, retrógrado, reacionário e atrasado do que o PT. E isso, definitivamente, não combina com juventude. O evento em Brasília prova isso.
O grande destaque de ontem foi o chefe de quadrilha (segundo a PGR) e deputado cassado por corrupção José Dirceu. Ele não teve dúvida: atacou o que chamou de “luta moralista contra a corrupção”, afirmando que, no passado, pressões assim resultaram na eleição de Jânio Quadros e Fernando Collor. Ele só se esqueceu de dizer que também foi a luta contra a corrupção que depôs o mesmo Collor. Mas esse é Dirceu. Tarde demais para ter compromisso com a verdade.
O que quer o Zé? Ora, uma luta contra a corrupção que seja amoralista ou imoralista, a exemplo daquelas empreendidas pelo petismo. Em que ela consiste? Na criminalização de inocentes, desde que adversários, e na absolvição de culpados, desde que aliados. Entenderam? Não é isso o que faz o PT desde que existe? Já exibi mais de uma vez aqui o vídeo que flagra Lula em dois momentos: no primeiro, ele esculhamba Sarney e sua família, afirmando que são o retrato do que há de mais nefasto no Brasil; no segundo, os mesmos Sarneys se transformam na expressão da grandeza política, da lealdade, da competência. É o que se chama de “luta imoralista contra a corrupção”, entenderam?
Escreve Eduardo Bresciani no Estadão Online:
“Para ele [Dirceu], a intenção das denúncias é somente atacar o governo. “Nesse momento o que pretende construir é isso, a pretexto de combater a corrupção”. Na visão de Dirceu, a pressão que é feita sobre os ministros não é a mesma em relação a escândalos em São Paulo, onde o PSDB está a frente da administração. “Quando dizem que tem de responsabilizar o ministro e o partido por problemas no ministério, então tem que se responsabilizar o PSDB, o Geraldo Alckmin e o José Serra pelo escândalo das emendas em São Paulo”.
INEXISTEM os tais “escândalos” em São Paulo. O factóide criado com a história da liberação de emendas não prosperou. Alckmin está no governo há menos de um ano, e já está provado que os petistas foram muito bem-tratados pelo ex-governador Serra - vale dizer: não houve discriminação no governo de nenhuma forma. Se alguma ilegalidade tivesse havido, então os petistas teriam sido cúmplices. Não que isso fosse uma impossibilidade teórica, claro!, pensando exclusivamente na natureza dos brutos, mas simplesmente não aconteceu. Por que o chefe de quadrilha não aponta as irregularidades em vez de ficar com acusações genéricas? Por que os deputados de seu partido não o fazem?
Eis aí! É o método: a “luta imoralista contra a corrupção” supõe criminalizar inocentes e inocentar larápios. Sempre foi assim.
Dirceu ganhou daqueles jovens velhos uma camiseta que traz seu rosto estampado. E se lê: “Contra o golpe das Elites - Inocente”. O “consultor de empresas privadas”, que tem alguns dos potentados da economia nacional - e multinacional! - como clientes, o que faz dele hoje um dos maiores lobistas do Brasil, é apresentado, quem diria?, como inimigo das elites.
Só se estiverem falando sobre as elites do bom senso, do decoro, da lógica, da ética, da moral e dos bons costumes.
Fonte: Reinaldo Azevedo
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