segunda-feira, 19 de outubro de 2009


foto: portal G1
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VIOLÊNCIA IMPUNE
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Guerra não declarada
Após ser escolhida a sede dos jogos olímpicos de 2016, a cidade maravilhosa volta a ser mídia mundial
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Negativamente... Um helicóptero abatido, três policiais mortos, oito ônibus queimados... Isso faz-nos refletir sobre o papel desse movimento. Como falar sobre ética numa situação de guerra civil não-declarada? Como falar em ética num país que comemora a vinda de eventos internacionais, mas assiste, com as mãos atadas, cenas dantescas de violência em plena luz do dia, em plena área urbana? Como falar em ética num país que flexibiliza a redução de pena para traficantes perigosos, que permite o uso de celulares em presídios, que gasta mais com um sistema penitenciário falido e ineficiente do que com a educação?
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Como falar em ética se a falta dela é tida como natural... Lamentavelmente, falar em ética no Brasil é debater algo supérfluo, pois há tantas mazelas piores que a falta de ética que, solicitar ética a essa nação é quase como solicitar um ítem no topo da pirâmide de Maslow. A ética por aqui é considerada desnecessária, sem importância, que pode ser tranquilamente deixada de lado.
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Infelizmente, aqui, o bacana é "ser malandro", o bacana é "se dar bem", sem mérito... O bacana é festejar o "jeitinho brasileiro" de burlar a responsabilidade individual. O bacana é ter inúmeros direitos, mas pouquíssimos ou nenhum dever... O bacana é mamar na teta do estado, mesmo que a carga tributária atinja extorsivos 36,6%. O bacana aqui é pertencer a algum grupo e brigar por privilégios, mesmo que os outros indivíduos sejam obrigados a carregar esses grupos nas costas. O bacana é acreditar que há almoço grátis sim! O bacana é conceder pão e circo para o povo, pois isso resulta em votos, mas deixar a educação agonizando numa situação precária. O bacana é taxar quem critica de pessimista e querer enxergar só a fantasia das boas noticias, mas fechar os olhos para a realidade.
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O que nos resta é continuar nossa inglória luta pela moralização da sociedade brasileira, pelo re-estabelecimeto da ética, pelo fim, ou diminuição, da impunidade e pelo fim, ou diminuição, da corrupção.

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