terça-feira, 7 de julho de 2009

O TEMPO

Exemplo que vem de cima
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Peguem no site da Petrobras "Conselho de Administração" e leiam a composição. Na presidência a ministra Dilma Rousseff, a seguir o ministro Guido Mantega, o ex-ministro Silas Rondeau, Sérgio Gabrielli, Francisco Roberto de Albuquerque, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o presidente do Banco Real, Fábio Coletti Barbosa, o multibilionário Jorge Gerdau, e Sérgio Franklin Quintella, irmão do ministro Franklin Martins.
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Esse último estaria proibido de sentar no conselho da estatal pela lei do "nepotismo", mas Rousseff, Mantega, Coutinho (presidente do BNDES) se encontram proibidos no que tange à acumulação de cargos prevista na Constituição.
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Não deixa dúvida o artigo 37 no inciso XVII: "a proibição de acumular cargos estende-se a empregos e funções e abrange fundações, autarquias, empresas públicas, sociedade de economia mista (como Petrobras), suas subsidiárias e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público".
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Os ministros se encontram em cargos, regiamente remunerados, desrespeitando uma norma incontestável da Constituição. Aliás, mais incontestável é impossível.
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Eles "se lixam" para essa situação. Perigosamente "se lixa" também a Dilma Rousseff, que ambiciona a Presidência da República e fornece, assim, o pior exemplo de quem está no vértice do poder. Pode-se entender que nesse quadro viram as costas ao absurdo a Ouvidoria Geral, a Advocacia Geral da União e até a Procuradoria Geral da República, tão solícitas no enquadramento dos barnabés e omissas, como nesse caso, ao óbvio que atinge as figuras de proa da República.
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Assim, com um pé no governo e outro nas estatais, os ministros acumulam individualmente salários que, segundo informações nunca desmentidas pela Petrobras, chegam a R$ 76,5 mil mensais, redundando em R$ 918 mil a cada ano. Até o ex-ministro Silas Rondeau, protegido de José Sarney, que se demitiu às pressas num ruidoso episódio de propinas, permanece lá, ganhando seus R$ 76,5 mil a cada mês.
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Enquanto isso, a classificação de risco medida por agências internacionais sobe no caso da Petrobras por conta da contaminação política que faz dela, nos momentos mais críticos da vida nacional, um instrumento à disposição de um partido e não da nação.
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Fonte: Jornal O Tempo

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