segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Educando filho para ser bandido


Educando filho para ser bandido
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Neste ultimo domingo, como em outros domingos de carnaval, eu e um colega levamos nossas filhas para a matinê. Este ano resolvemos ir ao Clube Estoril, até porque é português e tínhamos a obrigação de comemorar os 200 anos da chegada da família real no Brasil. O outro motivo foi porque não houve bailinho no Radio Clube. Brincadeiras à parte, a festa galega estava excelente.
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O sistema de segurança implantado era praticamente perfeito. Ninguém economizou na fiscalização e na quantidade de observadores. Estava proibida a entrada de sprays para evitar acidente com as crianças. As latinhas eram deixadas na portaria, etiquetadas e disponibilizadas para serem devolvidas na saída. Revista corporal, individual para evitar a entrada de armas, tudo muito organizado.
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Porém, ao adentrar no salão percebemos que alguns dos infanto-foliões estavam usando sprays. Minha filha, de seis anos, imediatamente perguntou: “papai, o spray não está proibido?” Ao que respondi afirmativamente. Logo a segunda pergunta: “e porque só nós não podemos usar? Olha lá aqueles garotos.”
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Em um primeiro momento senti-me um verdadeiro idiota. Fomos revistados, proibiram nossas filhas de levar os sprays de carnaval para o salão, aceitamos passivamente as regras, mas para outras pessoas “tava tudo liberado”. Alguma coisa não coadunava com o investimento na segurança.
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Obviamente resolvi reclamar. Dirigi-me até a portaria e perguntei porque uns podiam portar e usar sprays e outros não. Qual era o critério?
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Qual não foi a minha surpresa ao descobrir que alguns pais “contrabandeavam” sprays e outros objetos proibidos (garrafas de vidro com whisky etc.) escondidos no fundo das bolsas de suas esposas, sob a cadeira de bebês de colo e outros artifícios que mais pareciam ser uma operação de mulas.
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Belo exemplo para seus filhos. São os tais “espertos”, “malandros”, aqueles que não conseguem viver um só minuto sem levar algum tipo de vantagem.
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Os seguranças acabaram recolhendo os sprays e o pessoal do show avisou pelo alto-falante que estava proibido este tipo de brincadeira. Logo depois não havia mais nenhum objeto irregular no salão e tanto eu quanto meus amigos e filhas nos divertimos a valer.
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Mas uma coisa não me saia da cabeça durante todo o baile. Como um infeliz, pai, aquele que deveria ser o educador, que realmente gosta de seu filho, é capaz de praticar um ato tão besta. Quem, em sã consciência quer transmitir para quem ama um exemplo errado? Será que o imbecil não percebe que seu filho (ou filha) irá futuramente copiá-lo, também irá desrespeitar as regras e, quando for preso roubando ou traficando estará agindo sob os ensinamentos que lhes foram passados pelos próprios genitores.
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A mãe que usa a cadeira do filhinho menor para esconder objetos e ludibriar a segurança no intuito de introduzir objetos proibidos está mostrando aos seus filhos como esconder a cocaína. Quando o filho crescer e for preso levando no estômago algumas centenas de gramas de pó, ou a filha for detida ao visitar o namorado no presídio com um aparelho de celular introduzido no órgão genital, estará agindo com base nos ensinamentos absorvidos por estes pais.
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Desta forma leitor, a próxima vez que ao acompanharem uma rebelião em presídio e perceberem aquelas mães desesperadas gritando e chorando, não tenham pena. Certamente a maioria delas ajudou a introduzir sprays em bailes de carnaval ou coisa parecida e foram elas próprias as responsáveis por criarem seus filhos para serem marginais, vagabundos, criminosos.
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Quem sabe se, ao serem pegos traficando sprays para seus filhos em inocentes matinês, estes pais bandidos viessem ser expulsos do salão, aprenderiam que não tem o direito de aumentar o número de criminosos na sociedade ensinando impunidade. Para minha filha serviu de exemplo. Mostrei a ela que aqueles meninos são pobres crianças, infelizes, filhos de pais vagabundos.
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Paulo Magalhães - Presidente da Brasil Verdade - http://www.brasilverdade.org.br/

Um comentário:

Kah BArbosa disse...

Concordo plenamente com tudo q foi dito. As pessoas que são nessas pequenas "brincadeiras" que ensinam seus filhos.