quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

SAIU NO CRÔNICA POLÍTICA
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Já comeu seu brioche de escargot hoje?
por Heitor Diniz
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Caro leitor, você já se deliciou com iguarias como queijo aperitivo brie com geleia de damasco? Ou, quem sabe, caranguejo em panela de fondue servido em tartaletes? Ou, talvez, pernil ao molho dourado acompanhado de pães finos à base de leite, centeio e beterraba...? E o tal brioche de escargot?

Não, o CRÔNICA POLÍTICA não ficou rico, nem passou a frequentar restaurantes finos. Isso aí (e muito mais) é pago com dinheiro público mesmo. Dinheiro de imposto. Sim, imposto. Aquilo que, segundo o impostômetro desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), bateu na última segunda-feira a marca de R$ 1 trilhão. Ou, se preferir, R$ 1.000.000.000.000,00. E subindo.

Sobre o cardápio no início do texto, ele consta do edital do pregão eletrônico 50/2009, realizado pelo Tribunal de Justiça do Ceará em agosto último, para a contratação de serviços de bufê em coqueteis, coffe-breaks, almoços casuais e almoços e jantares finos do próprio tribunal.

E veja só quais os valores máximos que o edital permite para cada refeição (ou seria banquete?): R$ 31,00 por pessoa em coqueteis, R$ 34,00 em lanches e coffe-breaks, R$ 56,00 em almoços casuais e R$ 67,00 em almoços e jantares finos. Reiterando: isso é POR PESSOA.

Ou você, pagador de imposto inveterado, não almoça casualmente com R$ 56,00?

Tão curioso quanto quase tudo neste universo das contas públicas é uma quase cínica citação no texto do edital: "Os recursos financeiros correrão por conta do Fundo Especial de Reaparelhamento e Modernização do Judiciário, tendo como Fonte os recursos próprios (...)".

Reaparalhamento? Modernização?? Recursos próprios???

As interrogações não terminam. A fome, neste caso, sim. E com muito requinte.

Quer ver o cardápio completo? Acesse:

http://www.tjce.jus.br/licitacoes/mostraAnexo.asp?sqa=1509

Fonte: Crônica Política

Um comentário:

Unknown disse...

É realmente um absurdo.
E ninguém mudou nada dessa porcaria ainda.
Nenhum deles faz questão de mudar.