terça-feira, 12 de julho de 2011

GUILHERME FIÚZA


A bomba do Dnit

Os 40 do mensalão agora são 36. Não faz muita diferença. O maior escândalo nem é mais o mensalão em si.

Escândalo é o sistema de corrupção mais sofisticado da história da República permanecer seis anos na geladeira, enquanto o partido que o engendrou caminha tranqüilo para completar seus primeiros 12 anos no poder.

A culpa não é do PT. A culpa é do Brasil.

E agora o país tem nova chance de decidir se quer continuar sua servidão voluntária ao parasitismo petista.

Todos os bombeiros do governo estão correndo para tentar apagar o incêndio no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Não é preciso muita água – basta molhar as mãos do PR.

O partido-empresa que manda no Ministério dos Transportes não quer muito: só continuar mandando no Ministério dos Transportes.

Os métodos usados pelo PR na “gestão” das obras viárias (comissão de 4%) levaram à demissão do ministro Alfredo Nascimento. A presidente Dilma tomou então a decisão mais criativa de seu mandato: demitiu o ministro, mas não demitiu o PR.

A raposa continuará tomando conta do galinheiro, mas Dilma quis escolher o novo despachante do pedaço (vulgo ministro). Aí a raposa se zangou.

Depois de vetar o nome escolhido pela presidente, o PR ameaça explodir tudo – à la Roberto Jefferson. O senador Blairo Maggi já avisou que todos os aumentos de despesas das obras do Dnit foram aprovados pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

Tradução: eles não estão brincando.

Num país em que um partido sentado sobre uma verba pública bilionária veta uma decisão da presidente da República, algo precisa vir à tona.

Ou não – se os brasileiros quiserem continuar patrocinando as festas particulares dos sócios do governo popular.


fonte: Revista Época

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